sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Fazendo as contas...




Tiraram-me os discos,
meus sonhos jogaram
na lata do lixo.

Deixaram-me os livros,
meus medos guardaram
junto aos meus rabiscos.

As noites que eu tinha
trocaram por dias
às vezes escuros
como o céu sem lua.

E eu me sinto nua:
coito prematuro
beirando a ironia
de uma dor rainha.

© Márcia Sanchez Luz

35 comentários:

  1. Cara Márcia, mesmo que o tema seja a tristeza ela perda, seu poema é pura música (pungente, sim). Abraços, Pedro.

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  2. Boa tarde, Marcia. Poema duro, mas sem deixar de expressar os sentimentos.

    Um beijo

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  3. Uma reviravolta na poesia de Márcia. Do soneto ao verso livre, sem perder um talento.
    Excelente, poeta!

    Beijos,
    Jorge

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  4. Márcia, a ilustração, como um espelho, mostra a essência do poema. Sim, nua sem disfarces, transparente e límpida, como um acorde de violino ferindo a fúria do vendaval.
    Belo retrato de uma bela mulher, liricamente guerreira.

    Beijos.

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  5. Obrigada Márcia , por está jóia poética, eu admiro muito os versos livres que você escreve, ficam sempre encaixados dentro do proposto na palavra , e estas estrofe abaixo, ficou brilhante,
    PARABÉNS
    eu estava saudosa de ler sua boa poesia,

    As noites que eu tinha
    trocaram por dias
    às vezes escuros
    como o céu sem lua.

    Efigenia

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  6. [um inventário nunca finalizado, o livro da contabilidade do corpo]

    um imenso abraço,

    Leonardo B.

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  7. Saudades de seus versos...
    Aliás, lindos.
    Bjos, poeta. Bom final de semana e feriado

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  8. Sempre surpreendes com leveza embora tão duras as cadeias
    da métrica. Enlevas, ensejas.

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  9. Márcia,
    você sabe fazer das perdas, jóias preciosas e raras. Tiraram-lhe os discos, mas não lhe tiraram a música, menina! A sua poesia não está nos livros, mas na sua alma, poetisa! Levaram as suas jóias, mas não cortaram os dedos, felizarda!
    Parabéns!

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  10. Márcia,
    Mesmo lido a correr, um poema que dá prazer de ler!
    Vira o soneto de pernas para o ar e tem a vida das imagens que vivem
    «
    coito prematuro
    beirando a ironia
    de uma dor rainha
    »
    Um final que fica!
    Parabéns, meu abraço,
    Francisco

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  11. Oi Márcia,
    Chegando por meus dedos! Obrigado por tua forma tão própria e delicada de dar atenção à opinião de teus amigos e leitores.
    Só na nota de rodapé confirmei a intencionalidade de inverter a forma soneto, a ideia não passa desapercebida, parabéns!
    Beijos

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  12. Pedro, a vida é feita de perdas e ganhos. O segredo está em como lidamos com o que nos machuca. Obrigada pelo carinho de seu comentário.
    Abraços

    José Mattos, obrigada por sua presença e por deixar registrada sua impressão sobre o poema.
    Abraços

    Obrigada, Jorge. Você é sempre muito amável em seus comentários!
    Beijos

    Caio, obrigada pela leitura cuidadosa e atenta de “Fazendo as contas...”. A ilustração, de fato, conversa o tempo todo com o poema. Adorei o lirismo de suas palavras.
    Beijos

    Eu é que agradeço por suas palavras, Efigênia. Fico feliz que tenha vindo.
    Beijos

    Não há como finalizar este inventário, não é mesmo, Leonardo? Grata pela presença e pela mensagem.
    Abraços

    Claudinha querida, que bom te ver por aqui! Obrigada por seu carinho.
    Beijos

    Adroaldo, obrigada pela gentileza de suas palavras, que sempre me deixam muito feliz.
    Abraços

    Mauro, que coisa linda você diz aqui! É isso mesmo...o que temos de mais precioso está dentro de nós. Obrigada por seu carinho.
    Abraços

    Francisco, sempre digo que o que enriquece a postagem de um poema são os comentários dos leitores. Esta interação é muito gostosa e nos faz mais felizes. Adorei que tenha vindo “por seus dedos” e agradeço a leitura atenciosa que fez deste soneto.
    Beijos

    Márcia

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  13. Marcia!!!
    Como sempre fico encantada com o que escreves!
    É bom ler o que acontece no dentro da gente!
    Abraço e palauso,
    Gilia

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  14. Saiu ABRÇO E PALAUSO....
    É lógico que é APLAUSO!!!!
    A emoção foi mais rápida!
    Gilia

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  15. Márcia,

    Tudo na vida tem seu tempo e o que se vê a nossa volta é bem isso: muitos coitos prematuros.

    Maravilha de poema.

    Abraços,

    Paulo

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  16. Márcia gostei D+ do poema
    Um grande abraço e sucesso

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  17. mas nada ninguém pode tirar de você a doce poesia de seus versos

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  18. ESTE POEMA COPIEI NO MEU BLOG:

    Gentileza, meu infante,
    não se compra, é pra quem tem;
    ser amável, elegante
    não custa nada a ninguém.

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  19. Gilia querida, fico tão feliz quando vem me visitar!
    Desta vez, em dose dupla, me fez rir à beça por conta do teclado trocador de letras...você insistiu e ele resolveu comer o "a" de "ABRAÇO"...rss...
    Obrigada pelo carinho da visita e das palavras, sempre tão bem-vindas.

    Beijos

    Márcia

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  20. Exatamente, Paulo! É como se a vida tivesse uma urgência insana, que faz com que as pessoas pulem etapas tão importantes do desenvolvimento de cada ser.
    Obrigada pela leitura atenta e pelo carinho de sua presença.

    Abraços

    Márcia

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  21. Meu querido Rogel, assim você me deixa toda prosa, sabia?
    Acabo de vir de dois de seus blogs: o Rogel Samuel - onde vi minha trovinha destacada - e o Poemas, onde deixei comentário. Belíssimo poema, como sempre.
    Obrigada por seu carinho dobrado! Estava com saudades.

    Beijos

    Márcia

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  22. Rodrigo, é um prazer vê-lo aqui. Espero que esta seja a primeira de muitas visitas. Obrigada.

    Márcia

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  23. Desculpe. Não coloquei uma frase como desejava. Assim: 'Uma reviravolta na poesia de Márcia. Do soneto ao verso livre, sem perder um mínimo do seu talento.
    Excelente, poeta!

    Beijos,
    Jorge

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  24. Gostei da inversão, que muda a reversão de expectativa, querida.
    Beijos,
    Leila

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  25. Ainda bem que você voltou e completou seu comentário, Jorge. Como disse à Gilia, às vezes o teclado apronta cada uma conosco...rss... Obrigada, mais uma vez.

    Beijos

    Márcia

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  26. Leila, minha querida, você bem sabe o quanto seu comentário é importante.
    Muito obrigada por ter vindo, apesar de tantos projetos que lhe tomam todo o tempo!

    Beijos muitos, com carinho

    Márcia

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  27. Muito belo o poema...
    Que bom que deixaram os livros...
    Guardamos medos...entre rabiscos...
    e a ironia que parece tão otimista.

    Um abraço.

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  28. Obrigada, Evellyn. Que esta visita seja a primeira de muitas.

    Abraços

    Márcia

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  29. Querida Marcia, poetamiga: concordo com Du Bois - sua poesia é música pura. Paz e bem, Grauninha

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  30. Magno, agradeço a visita e assim que possível vou conhecer seu blog.

    Márcia

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  31. Grauninha querida, sua presença neste espaço é motivo de grande alegria para mim.
    Obrigada pelo carinho e doçura de suas palavras.

    Beijos

    Márcia

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  32. Marcia,
    Acho que tudo já foi dito, resta-me concordar com todos e lhe dar os meus parabéns, por sua criatividade.
    Beijos.

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  33. Ernâni, obrigada pela gentileza de sua visita e comentário. Venha sempre que quiser.

    Abraços

    Márcia

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  34. Sem analisar a técnica que não é minha praia,amei o poema.Sinto e quando sinto gosto....Bjssssssss

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  35. Zilda, sentir o poema é o que mais importa - independente da técnica, o que vale é o resultado que ele produz.
    Obrigada, querida.

    Beijos

    Márcia

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