domingo, 2 de outubro de 2011

Solidão dos quereres

© Márcia Sanchez Luz


(Img: Lucidez, de Gustavo Saba)


A dor que te sufoca é também minha,
assim como este amor que não tem fim.
negar a mágoa pode ser ruim
pois que disfarça o adeus que se avizinha

e assusta o corpo quando estou sozinha.
Constato que o querer é sempre assim
e canso-me de ter somente em mim
paixão que por si só me desalinha.

Fechar-me não seria a solução
(seria tão somente paliativo)
para o que sinto e que me faz morrer

a cada instante deste meu viver.
Mas eu preciso achar algum alívio
porque além da razão, sou emoção...
 




23 comentários:

  1. Márcia, falar da forma, técnica cuja perfeição cruza versos como que brincando em equilíbrio, nem é necessário... Mas, o enredo, a trama, a urdidura, revelam o sentir que perpassa todos os que amam.
    Comove... Belíssimo!

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  2. Ótimo, Márcia.

    Gostoso e intrigante este dançar dos versos que parecem em desalinho e se encontram num espolcar de emoção. Aliás, parecem exprimir o que passa na mente de uma solidão de quereres inconfessos e marcados pela paixão.

    Aplausos!

    Deus te abençoe,

    Caminha

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  3. Marcia!
    Que poema lindo! Daqueles que entram direto na veia!
    Abraço e emoção,
    Gilia

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  4. Caio, não há quem escape, no exercício do amor, de tais sentimentos. Mas sempre vale a pena, não é mesmo?
    Obrigada pela generosidade de suas palavras.

    Beijos

    Márcia

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  5. Sim, Caminha. A ideia do desalinho nos versos existe justamente para se chegar ao estouro de emoções, onde paixão e amor se misturam. O eu poético sabe, racionalmente, o caminho, mas a paixão, irracional, entra em choque com o amor.
    Obrigada por suas palavras.
    Espero que esteja tudo bem com você e sua família. Faz tempo que não nos falamos.

    Abraços

    Márcia

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  6. Gilia querida, que bom te ver por aqui!Como você está? A coluna não tem mais dado trabalho?
    Obrigada por vir e deixar seu carinhoso comentário.

    Beijos

    Márcia

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  7. A Senhora Luz é a reencarnação de um soneto. Só pensa e fala em sonetês.

    Adorei este, tão humano, tão solidário, tão feminino.. e tecnicamente perfeito.

    Continue nos encantando, amiga!

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  8. Hehehe! O soneto me pegou de jeito, Cicero... Mas está difícil ser a reencarnação dele...rs...
    Uma vez o Marco Bastos (excelente poeta), comentando "Bilhete de Julieta", me disse que, num grupo de escritores amigos, surgiu essa questão de o poema ser feminino ou masculino... Pois é...mais um soneto feminino aqui!
    Obrigada pela leitura cuidadosa de "Solidão dos quereres".

    Abraços

    Márcia

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  9. Nossa! q lindo!!!!!!!!!!!!! Só vc p/ escrever sonetos q tocam a alma da gente num mundo tão vazio de sensibilidade como o nosso.
    bjs no coração

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  10. Todas as vezes que tentei ser mais razão do que emoção, acabei caindo do cavalo. Não levo mais este tipo de tombo.
    Acertou, Márcia. Conversou com você mesma, o poema ficou leve.

    Beijos,
    Jorge

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  11. O pressentimento da dor na emoção do soneto nos leva a viajar na perfeita imagem de seus versos, querida Poeta.

    Muito lindo, Márcia!

    Bj

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  12. É, Zenaide...o mundo parece estar de ponta cabeça... Vamos torcer para que a Poesia toque o coração daqueles que carecem de sensibilidade para o que realmente vale a pena neste mundo.
    Beijos, querida. E obrigada por ter vindo abrilhantar este espaço.

    Márcia

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  13. O ideal seria um equilíbrio entre ambas, não é mesmo, Jorge? Dizem que se a gente for zero à esquerda na emoção, acaba detonando a razão...
    Obrigada por sua presença.

    Beijos

    Márcia

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  14. Que bom que o soneto surtiu este efeito em você, minha querida Lígia!
    Mande notícias, sim?
    Muito obrigada por sua presença, que em muito me honra e alegra.

    Beijos

    Márcia

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  15. Um lindo e bem feito soneto, amiga Márcia. Como tudo o que você faz, comn esta incrivel sensibilidade.
    Théo Drummond

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  16. Théo, agradeço por suas palavras. É uma honra receber sua visita.

    Márcia

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  17. Boa semana, beijo Lisette.
    Estou bem sim...

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  18. Querida Poetisa,
    Acredito que a gente deve ser honesto nos comentários. Notei que os dois tercetos não estão a altura dos quartetos, tem até um problema de "rima" (paliativo e alívio NÃO RIMAM)Se você quiser conversar comigo, esse é o meu
    e-mail: poetaademar@yahoo.com.br
    Eu tenho uma página diária de Poesias que traz :(TROVAS, POESIA LIVRE, POESIA POPULAR, E SONETOS...

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  19. Caro poeta Ademar, não há tal problema de rima, já que as últimas sílabas tônicas de "paliativo" e "avio" são, respectivamente, "ti" e "li", que rimam perfeitamente. A ausência de rima existiria se ao invés de "alívio" (substantivo) eu tivesse escrito "alivio" (verbo).

    De qualquer modo, agradeço por seu comentário e visita. Venha sempre!

    Márcia

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  20. Muito lindo amiga Márcia,
    Venho convidar você para um cházinho,sua entrevista será postada nesta sexta-feira,03/11/2011,
    Agradeço seu carinho e atenção na entrevista na apresentação de seus livros para o Chá da tarde,
    Beijos de luz.

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  21. Olá Marcia vim conhecer tua casa pois vi a entrevista na Maria Selma e adorei, chegando aqui deparei com belos poemas que percebe-se você escreve com a pena da alma, parabéns e esteja certa já estou seguindo, beijos Luconi

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