segunda-feira, 28 de novembro de 2011

(Des) União


© Márcia Sanchez Luz



(img: Womenstudio - Christian Coigny)



Como é que eu posso amar-te assim, meu bem,
se quando estou contigo não te quero
e quando tu te ausentas eu te espero
e sonho que no amor não há desdém?

Chegas faminto, imploras, me diz – “Vem,
preciso de teu corpo” – em desespero.
Sei bem que é grande a fome e que és sincero,
mas isto é pouco. Quero amor também!

Sei que é difícil constatar o fato
de que a distância nos faz mais amantes
do que é possível quando estamos juntos.

Não sei como lidar com o que constato!
Se estamos próximos, mas tão distantes,
por que continuamos, me pergunto.

17 comentários:

  1. Seus sonetos são lindos assim como
    os poemas rimados. Sou um mero sonetista, que criei meu primeiro soneto aos 12 anos, e já não sei, até aqui, aos 86 anos, quantos, na verdade, escrevi.
    Mas o seu me marcou, e peço que você continue a escrevê-los, porque o soneto, como alguém já disse, " é o traje a rigor da poesia".
    Abraço cordial do
    Théo Drummond

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  2. Contigo, mais que "um susto a cada manhã", Márcia, há certeza de que o verso novo destrava do soneto as grades férreas.

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  3. "Não sei como lidar com o que constato!
    Se estamos próximos, mas tão distantes,
    por que continuamos, me pergunto."
    Diante desta, melhor não falar nada... Só que o estilo progride muito.

    Beijos,
    Jorge

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  4. Outro belo soneto de Márcia Sanchez Luz, muito bem metrificado, pleno de inspiração e sentimento, como sóem ser os sonetos dessa apreciada poetisa. Renovo meus parabéns a ela.

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  5. Apenas para colocar o nome do comentarista acima, que, por mero lapso não foi citado.
    Humberto Rodrigues Neto.

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  6. Kaizen, Márcia!
    Sua poesia – viva – em melhoria contínua!
    Arte boa de ler, cada vez mais.

    Fabbio Cortez

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  7. Márcia Sanchez Luz, a poeta que surpreende a cada novo verso... O soneto verdadeiro em todos os seus contornos técnicos não é para muitos. Você vem se aperfeiçoando a cada nova obra e agora cada nova obra é obra prima! Rimas riquíssimas! Métrica perfeita! A música silenciosa salta, deste teu novo soneto, diante de nossos olhos estupefatos!
    Parabéns, Márcia!
    Airo Zamoner

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  8. Por trás de rimas belíssimas e métrica impecável solta aos olhos uma mulher apaixonada que confessa não saber lidar com o amor, a paixão e o amante, mas ainda assim, continua se perguntando e sonhando com o verdadeiro amor. Parabéns, Márcia!

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  9. Márcia, parabéns! Há uma constância da beleza em seus versos que nos impele a devorá-lo.

    Um soneto maravilhoso que questiona a verdade em sublimes versos.

    Vou compartilhar, querida.

    Um abraço

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  10. Lindíssimo,como sempre.Foi funda em minh'alma!!!Bjsssssssssssss

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  11. O mais sedutor, nos sonetos de Márcia, é como maneja a sensibilidade e sentimentos como um beija-flor em voo.
    Neste, contrapõe o "eterno feminino" ao "eterno masculino" com leveza e graça e fala, a personagem, de um nível superior: "por que continuamos, me pergunto!". Mais que um lamento, é um ultimato. Está bem ilustrado pela imagem desse estraordinário fotógrafo, Christian Coigny. Perfeito!

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  12. um novo soneto seu é um acontecimento, uma explosão uma iluminação poética

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  13. Era algo casual,minha passagem por seu blog,como visita de beija flor! Mas estaquei,finquei o pé,parei surpreso pela beleza encantadora de seus momentos.Beijo de fã:-BYJOTAN.

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  14. Olá, Márcia,

    Esses dilemas maltratam tanto o poeta!

    Gostei...

    Abraço

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  15. Caríssimo Théo, palavras vindas de um sonetista de seu porte em muito me honram. Obrigada pela visita e carinhosa mensagem.

    Muito obrigada, poetamigo Adroaldo. Gosto de todas as formas de expressão poética, mas o soneto me encanta...talvez por isto as tais grades não me limitem...

    Jorge, obrigada por vir abrilhantar este espaço.

    Caro Humberto, agradeço pela leitura atenta do soneto, assim como por sua presença.

    Gratíssima, Fabbio. A recíproca é verdadeira, poeta e amigo!

    Airo, amigo querido, obrigada pelo carinho de suas palavras. Você sempre me emociona!

    Mauro, amar é exercício diário, constante...e dá trabalho, não é mesmo? Obrigada por sua presença.

    Minha querida Lígia, que alegria vê-la aqui! Obrigada pela carinhosa e atenta leitura deste soneto.

    Que bom, Zilda, que bom! Fico feliz em receber sua visita. Obrigada.

    Muito obrigada, Guaraciaba. Volte sempre que quiser!

    Caio, você sempre me comove com seus comentários, frutos de leitura atenta e carinhosa. Obrigada, querido amigo.

    Querido Rogel, tais palavras, vindas de você, me deixam toda prosa, viu? Obrigada pelo carinho e generosidade do comentário.

    Seja sempre bem-vindo, Byjotan. Obrigada.

    Não só o/a poeta, não é mesmo, Araceli? Grata por sua visita.

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  16. Marcia, sou um admirador das suas rimas. Da tua rica poesia, sentida e sincera.

    Daniel Amaral

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