domingo, 17 de junho de 2012

ÚLTIMO CAPÍTULO

© Márcia Sanchez Luz


(Img: Death, Inga Nielsen)


                      















A chuva cobriu meus olhos,
mas não é chuva que lava;
é chuva que vem do peito
ferido pela tristeza

de ver um ser tão amado
se definhar dia a dia.
Não há remédio que cure
o corpo cansado e fraco.

Ninguém fica pra semente,
eu sei, mas dói constatar
que somos assim tão frágeis,

prisioneiros de nós mesmos,
da carne que nos embala
o espírito atemporal.

41 comentários:

  1. Por isso, viver cada momento como se fosse o último!

    Abraços do Pedra

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    1. É por aí mesmo, Araceli (Pedra do Sertão)!
      Obrigada por sua presença.

      Abraços.

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  2. Olá Márcia Sanches,

    Obrigado pelo seu convite, é sempre bom apreciar o trabalho de pessoas com tanto talento como você! :)

    A convido a conhecer um projeto de caridade que realizo, é um curso de inglês 100% gratuito em www.falandoingles.com.

    Eu também adoro mensagens românticas e poemas, és convidada conhecer o www.penseeame.com, estou certo de que irás gostar.

    Mais uma vez parabéns pelo seu ótimo trabalho!

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    1. Igor, além de escritora, sou professora e tradutora de inglês e francês. Fui conhecer seu site.
      Grata por sua visita.

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  3. Os pais se vão, os cabelos dos amigos embranquecem, nossos alunos de outrora também têm cabelos brancos... A vida é bela como o sol que nasce e se põe num horizonte intangivel, querida Márcia. Somos todos companheiros da estrada tão longa, tão curta.

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    1. Como é doída esta fase da vida, Aracéli! Sua metáfora é perfeita, querida. A nossa est(r)ada é, ao mesmo tempo - dependendo de como a olhamos - muito longa e muito curta mesmo...
      A leitura que faz de meus poemas sempre me encanta!Obrigada.

      Beijos carinhosos.

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  4. Também acho - todos achamos alguma coisa, mania do homem.
    Mas com tudo tem sua hora e sua vez, não adianta pular!

    Carinho,
    Jorge

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    1. É verdade, Jorge... O jeito é continuar e deixar que as coisas aconteçam...

      Beijos

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  5. Márcia minha querida poeta,

    o Imaginário cada vez mais lindo e tu, sempre maestra com as palavras, dona dos sonetos...

    A vida é tão efêmera, mas eternizam-se em nós os momentos, como insights precisos. Sei que deveriamos nos acostumar a essas percas que insistem desafiar a eternidade das lembranças, mas impossível...

    Eu torço e oro para que tudo fique bem sempre.

    beijo a ti Márcia!

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    1. Sim, Daufen...e é fundamental que eternizemos cada segundo de nossas vidas. Perdas são inevitáveis e precisamos aceitá-las como parte de nossa existência.
      Obrigada pelo carinho de suas palavras.

      Beijos

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  6. Sentimento vivenciado por vários de nós, mas que nunca nos basta.
    Como aprender o desapego a matéria?

    "Ninguém fica pra semente,
    eu sei, mas dói constatar
    que somos assim tão frágeis,

    prisioneiros de nós mesmos,
    da carne que nos embala
    o espírito atemporal"

    Disso todos sabemos, querida Márcia, mas no mesmo momento esquecemos e enquanto isso, vivamos.

    Bjs amiga

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    1. Você está certa, Lígia. Então vivamos, procurando não esquecer da lição de casa...
      Obrigada por seu carinho, querida.

      Beijos

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  7. Um poema prosaico contando uma história triste, de forma contida, muito simples e bela a forma, muito simples e belo, o poema. Parabéns pela forma e conteúdo, felicidade por ter a Poesia para dar forma a uma poesia que, dando beleza ao real, só pode ajudar e melhorar a realidade, mesmo perante toda a "tristeza do mundo". Beijos

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    1. A prosa é sempre necessária na elaboração do soneto, Francisco... Agradeço pelo carinho de suas palavras.

      Beijos

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  8. Querida Márcia, saudosa de seus belos Sonetos, e hoje você nos brinda com uma maravilha. Muito agradecida, eu estou encantada, abraços,
    Efigênia

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    1. Sou eu quem agradece por sua presença e generosidade das palavras, Efigênia!

      Beijos

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  9. Simples e, por isso mesmo, profundo. Poesia triste, mas bela na forma, no ritmo e na métrica. Enfim, beleza de redondilhas. Parabéns, Poeta!!!

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    1. Encontramos beleza nas coisas mais simples da vida, não é mesmo, José Edward? Creio ser assim também na poesia. Fico muito feliz que tenha gostado.
      Obrigada! Seja bem-vindo e volte sempre que quiser e puder.

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  10. Márcia essa é uma realidade muito bem explicitada por quem sabe. Parabéns somos de fato frágeis.

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    1. Fico grata com sua presença, Antonio. Somos frágeis e fortes ao mesmo tempo, como se a cada instante de fragilidade nos fortalecêssemos.

      Abraços

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  11. Não te aflijas amiga, assim se contrói a eternidade, perene como teus versos.

    Deus te abençoe,

    Caminha

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    1. Obrigada pela palavra amiga, Caminha. Escrever é como exorcizar todos os medos.
      Fique com Deus.

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  12. Estimada y admirada amiga Márcia:
    Gracias por tus correos y por tus magníficos poemas, que leí con gran interés y satisfacción. Enhorabuena.
    Un abrazo fraterno y solidario
    Carlos Benítez Villodres
    Málaga (España)

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    1. Grata, caro Carlos, pelo carinho costumeiro de suas mensagens.

      Abraço fraterno.

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  13. Márcia, na eloquência de palavras simples, nos traz um rito de passagem. Um "tudo se perde, nada se transforma" que destrói talvez ilusões. Ou, quem sabe, com o ciclo das coisas o inconformismo, taça (amarga) que, frágil, supõe o traspasse como novo primeiro capítulo de nova saga.
    Nas entretelas inconsúteis da forma, uma mensagem de amor. Perfeito!

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    1. Caio, você foi ao cerne do soneto. Ritos de passagem podem ser prazerosos ou tristes demais, porém fazem parte de nossas vidas, nos ensinam a crescer... Que lindo o que você diz aqui! Deixo uma sugestão para que dê linha a este seu texto, fazendo dele uma prosa ou um poema, pode ser?
      Obrigada pela carinhosa e atenta leitura.

      Beijos

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  14. Olá, Márcia!

    Você captou e nos repassa,com maestria e beleza, a tristeza de vermos um ente querido definhando. Sem que possamos impedir que o fim se consuma, impotentes e sabedores da lei da vida, que contém a morte.
    Seu soneto me tocou, mormente por estar vivenciando o alheamento à vida a que foi levada pessoa próxima e mui querida.
    Meu abraço,
    Rizolete

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    1. O soneto é simples, mas diz do que estou (estamos) sentindo e vivenciando no momento – dói demais, não é mesmo? E nada podemos fazer, a não ser dar carinho e amor...
      Obrigada por sua carinhosa mensagem. E que Deus te dê forças!

      Beijos

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  15. FEITO AVE
    Edir Pina de Barros

    Nos ermos entre a rosa e seus espinhos
    existe um mundo denso, indecifrável,
    cortado por veredas, mil caminhos,
    etéreo como os sonhos. Impalpável!

    Um mundo onde o tempo é interminável,
    sem sentimentos sórdidos, mesquinhos...
    sem dores. Sem penares. Inefável!
    Aonde vamos todos, aos pouquinhos...

    E assim a vida explode no universo,
    transcende a vil matéria, voa aos céus
    cortando seus espaços, feito nave.

    Quando o poeta canta e chora em verso
    esgarça desse mundo, seus mil véus
    e voa nos seus céus, qual fosse ave.

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    1. Que lindo soneto, Edir! Posso publicá-lo no blog Márcia Sanchez Luz?
      Grata pela partilha.

      Abraços

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    2. Claro que pode. Marco tem razão... seus poemas e sonetos são de beleza ímpar. Abraços, Edir

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  16. Márcia, cheguei ao teu blogue já nem sei como, mas li alguns poemas e gostei muito.
    Parabéns pelo talento que as tuas palavras revelam.
    Beijo.

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    1. Nilson, também fui ao seu blog e gostei bastante do que li. Voltarei mais vezes para ler seus poemas.
      Obrigada pela gentileza de suas palavras.

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  17. Amiga, eu acho que a poesia muitas vezes alivia fardos: ela não cura o mal do doente, mas alivia o sofrimento de quem a escreve. Beijos para você nesta hora tão difícil, querida. Leila

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    1. É verdade, querida... Ainda bem que temos a poesia para exorcizar algumas dores, não é mesmo? Lembrei agora daquele meu soneto, "Escrever":

      Escrever é sorver a dor aos poucos,
      é contar a si próprio o que bem sabe,
      mas que aflige demais! Por ser tão louco,
      faz que a alma, em torpor, logo desabe.


      Obrigada, minha queridíssima amiga, por seu carinho constante, por estar sempre presente em minha vida.

      Beijos carinhosos.

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  18. A fragilidade nos faz crescer, beijo Lisette.

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    1. Não sei se é a fragilidade, Lisette...diria que a dor nos faz mais fortes - e você é um grande exemplo de força!

      Beijos.

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  19. Minha querida amiga/poeta Márcia Sanches Luz. Recebi a sua visita e estou aqui para retribuir a sua presença tão querida na nossa home page www.sardenbergpoesias.com.br o nosso Alma de Poeta. Caminhei pelas lindas alamedas de seu espaço virtual,vislumbrei-me com a beleza dos seus poemas, com o colorido de suas página, com tudo enfim... Parabéns pelo lindo trabalho que você disponibiliza aos leitores virtuais sedentos de espaços ricos em conteúdo, beleza e encantamento. Seu amigo - Antônio Manoel Abreu Sardenberg

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  20. Muito obrigada por sua presença, caro amigo e poeta Sardenberg. Passear pelo Alma de Poeta é sempre prazeroso.

    Abraços

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  21. Saber que tudo tem fim, é o que permite recomeçar cada dia, despertando de novo! Acontece, com poesia, a qualquer momento! Despertaste-me este comentário ;) Muita poesia, força e energia! Bjs

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  22. Márcia, boa noite. Lindo e dolorido soneto. Um beijo e que Deus te abençoe.

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