quinta-feira, 20 de março de 2014

Outonal

© Márcia Sanchez Luz


(Img: Google)















As folhas caem amarelecidas
no outono de meus sonhos olvidados.
Mas não são eles, mesmo que apagados,
os responsáveis pelas despedidas.

As folhas caem mesmo indefinidas
pelo cansaço (anseios acuados)
e no fracasso, adeuses desterrados
evocam emoções esmaecidas.

O que acontece então? Por que caíram
ao chão as ilusões tão bem descritas
em cartas que juravam não prescritos

o que dissemos e nos conduziram
a pretensões de amores sem desditas?
Talvez a teoria de infinitos.

7 comentários:

  1. oi, Marcia...um lindo poema...acrescentaria que apesar de tudo restam as sementes em estado latente.
    Um abraço

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    1. É verdade, Guaraciaba...as sementes sempre nos alimentam, até mesmo de esperança...
      Obrigada por seu carinho.

      Beijos

      Márcia

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  2. Na forma lapidar de um diamente, Márcia Sanchez Luz flui como que no caos, onde a constatação fática do momento dissipa a trajetória. É poema maior, denso e dolorido.

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    1. Tais constatações, em geral, surgem a partir do caos, não é mesmo, Caio? Que ele se desfaça sempre que possível!
      Obrigada pela leitura atenta e gentil de Outonal.

      Beijos

      Márcia

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  3. CERTAMENTE COMO SEMPRE A IMPECÁVEL DELICADEZA

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    1. Rogel, seus poemas são primorosos e, sempre que posso, passeio em seus muitos blogs, espaços extremamente prazerosos - assim como sua carinhosa presença e leitura de meus sonetos.

      Beijos e um grande abraço

      Márcia

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  4. Márcia! Márcia! Há quanto tempo, hein? Fico feliz da vida ao saber/ler de mais este soneto. Lindo como só ele. Forma impecável como sempre! Chave de ouro presente com a devida ênfase... sutileza e poeteza da melhor cepa.
    Airo Zamoner

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