Il Bacio - Gustave Klimt
Por quem me tomas quando o amor que sinto
da carne dista, é sensação do peito?
O anseio que me assola é puro instinto
guardado no sonhar sem preconceito.
Por quem me tomas neste labirinto
de dor e medo e cheio de defeito?
O meu sentir não pode ser extinto
por conta de um conflito sem efeito.
Por ora busco alguma direção
para aquietar-me a mente tão doída
que só concebe o que não tem razão.
Se eu não achar porém explicação
passível de curar esta ferida,
me entregarei somente à solidão.
© Márcia Sanchez Luz
Oiii Márcia Tenha andado meio afastado, mas vim hoje aqui conferir o seu trabalho e ver , com satisfação, que você segue sendo a poetisa de talento que eu admiro tanto. Parabéns pelo seu soneto "Infinda Solidão", realmente magnífico. Meu abraço, Manoel Virgílio
ResponderExcluirOlá Márcia , mais , uma obra perfeita. Mostrando paixão e duvidas e por fim uma retirada para reflexão.Um soneto que abre o ano com nota dez.
ResponderExcluirInfinda a solidão só será
ResponderExcluirse assim muito quiseres,
amiga das horas todas,
hás-de saber-te querida
Marcia, querida: adoro essa imagem do Klint e o teu poema vem com toda força nos lançar na poética da solidão. Bjos de luz neste ano novo. Grauninha
ResponderExcluirJorge Cortás Sader Filho disse...
ResponderExcluirMárcia, é sempre um prazer saborear o que escreves.
Certa, direta, vai no alvo. Gosto muito dos teus textos, e gosto mais quando recebo para comentar, o que muito me honra.
Beijos,
Jorge
ESTE É UM SONETO QUE JÁ NASCE CLASSICO, NO EQUILIBRIO DA FORMA COM A EMOÇÃO. VC ESTÁ ALCANÇANDO A SUA PERFEIÇAO. FELICIDADES NO ANO NOVO, ROGEL SAMUEL
ResponderExcluirBelíssimo soneto, Márcia! Obra de mestre.
ResponderExcluirBeijos
Ana Guimarães
Márcia, que satisfação rever seus requintes formais (dos quais já sentia saudades) todos confirmados mais esta vez, onde poeticamente você opta pela solidão.
ResponderExcluirCom "o amor que sinto da carne dista" você revela um eu lírico capaz de amar de uma forma bem interessante. Parece implausível, mas estou convencido de que esse tipo de amor existe mesmo, fora do universo poético. Nunca tê-lo experimentado eu mesmo, isso é outríssima coisa.
Belo poema,Márcia.Abraços
ResponderExcluirZilda Santiago
ADOREI o Mini-Micc(r)olis, ficou uma graça. Obrigada, amiga. Quanto ao seu soneto, já o conhecia, mas é sempre bom relê-lo. Mil beijos, Leila
ResponderExcluirMárcia!
ResponderExcluirUm poema triste, porém bem construido, assim ele tornou-se belo
Beijos!
Mariano P. Sousa
Sarava!
ResponderExcluirTu és a explicação de tudo.
Nada te deves.
A não ser
Te explicar.
Beijos
Thô
(Heitor de Pedra Azul)
Márcia,
ResponderExcluirvocê quando escreve é como um arco que quanto mais tenso e rígido lança a flecha no mais longe dos longes e acerta o alvo que é a emoção, a sensibilidade e o coração dos leitores. Parabéns por tocar num sentimento tão áspero para nós seres comuns, mas uma poetisa como você consegue falar com tamanha suavidade. Parabéns.
Seu admirador e assíduo leitor,
Mauro Lúcio de Paula
Esse sentimento que transtorna a mente, levando a conceber somente "o que não tem razão", ficou mais sentido neste belíssimo soneto.
ResponderExcluirTão triste, mas tão perfeito!
beijos
Márcia, sua destreza com as palavras e ideias são perfeitas.
ResponderExcluirabraços,
Pedro
"Infinda Solidão" - Um poema de "infinda" sabedoria.
ResponderExcluirMeu aplauso e emoção.
Gilia GerlinG
Minha querida amiga Márcia. Depois de mais de dois meses afastado na net aqui estou eu novamente percorrendo a sua casa e usufruindo desse seu espaço maravilhoso. Parabéns pelo lindo trabalho literário que você oferece ao mundo virtual - Um abraço do seu amigo Sardenberg
ResponderExcluirSOLIDÃO INFINDA 1
ResponderExcluirmaterializa em mim matéria do sonho
com a tremura dum flan ainda fresco
para falar do amor e de onde ponho
a alma a beber de palha o refresco
sou a hesitação sem nenhuma graça
onde graça o medo vindo do afecto
trazendo infinito medo da desgraça
onde sem arte procuro um aspecto
dizer-te o Sim e Não duma decisão
trás à minha vida ficar comprida
dando o sentir como uma irrisão
ficam o Não e o Sim na sensação
essa sim tão bem dita cumprida
que o poema quero ser: poesia
20.01.10
SOLIDÃO INFINDA 2
não sei onde mora o meu amor
abandonou-me para me deixar
como se não tivesse meu valor
seja a sentir escrever 1 pensar
2 isto que escrevo infindo leito
onde o poema vem a deitar SE
na ideia que trás o seu direito
onde verso escrever a dizer-se
3 infinita melodia esta solidão
onde as canções nascem o dia
onde em tristeza dá repetição
onde do 4 compondo melodia
onde sou esta simples canção
fazer minha vida à imensidão…
23.01.10
A lapidação da forma, sempre perfeita, dá guarida a palavras simples, frases singelas e temos, ao final, um soneto de tal profundidade que nos comove profundamente. A percepção da condição humana faz a obra de Márcia pontualmente universal. Há que ler e reler...
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