quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Celine Dion - Happy Christmas (War Is Over)

Deixo aqui meu desejo de que o seu Natal, junto à sua família, seja de muita paz, saúde, amor e luz! E que o ano que se inicia possa ser mensageiro de uma nova era, onde as pessoas entendam o real significado da vida e da convivência.

E que a Paz possa reinar em todos os corações!


Márcia

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Sessenta Anos dos Direitos Humanos em Ecos da Poesia


Deixo um convite para que visite o site do Grupo Ecos da Poesia e veja o belíssimo trabalho feito por seus dirigentes para comemorar os sessenta anos dos Direitos Humanos. Basta um clique na imagem abaixo.



sábado, 6 de dezembro de 2008

Thiago de Melo - Os Estatutos do Homem


Thiago de Melo
[Embajador Honorario de Poetas del Mundo para el Mundo]


Os Estatutos do Homem
[Ato Institucional Permanente]
A Carlos Heitor Cony

Artigo I
Fica decretado que agora vale a verdade.
agora vale a vida,
e de mãos dadas,
marcharemos todos pela vida verdadeira.

Artigo II
Fica decretado que todos os dias da semana,
inclusive as terças-feiras mais cinzentas,
têm direito a converter-se em manhãs de domingo.

Artigo III
Fica decretado que, a partir deste instante,
haverá girassóis em todas as janelas,
que os girassóis terão direito
a abrir-se dentro da sombra;
e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro,
abertas para o verde onde cresce a esperança.

Artigo IV
Fica decretado que o homem
não precisará nunca mais
duvidar do homem.
Que o homem confiará no homem
como a palmeira confia no vento,
como o vento confia no ar,
como o ar confia no campo azul do céu.

Parágrafo único:
O homem, confiará no homem
como um menino confia em outro menino.

Artigo V
Fica decretado que os homens
estão livres do jugo da mentira.
Nunca mais será preciso usar
a couraça do silêncio
nem a armadura de palavras.
O homem se sentará à mesa
com seu olhar limpo
porque a verdade passará a ser servida
antes da sobremesa.

Artigo VI
Fica estabelecida, durante dez séculos,
a prática sonhada pelo profeta Isaías,
e o lobo e o cordeiro pastarão juntos
e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.

Artigo VII
Por decreto irrevogável fica estabelecido
o reinado permanente da justiça e da claridade,
e a alegria será uma bandeira generosa
para sempre desfraldada na alma do povo.

Artigo VIII
Fica decretado que a maior dor
sempre foi e será sempre
não poder dar-se amor a quem se ama
e saber que é a água
que dá à planta o milagre da flor.

Artigo IX
Fica permitido que o pão de cada dia
tenha no homem o sinal de seu suor.
Mas que sobretudo tenha
sempre o quente sabor da ternura.

Artigo X
Fica permitido a qualquer pessoa,
qualquer hora da vida,
uso do traje branco.

Artigo XI
Fica decretado, por definição,
que o homem é um animal que ama
e que por isso é belo,
muito mais belo que a estrela da manhã.

Artigo XII
Decreta-se que nada será obrigado
nem proibido,
tudo será permitido,
inclusive brincar com os rinocerontes
e caminhar pelas tardes
com uma imensa begônia na lapela.

Parágrafo único:
Só uma coisa fica proibida:
amar sem amor.

Artigo XIII
Fica decretado que o dinheiro
não poderá nunca mais comprar
o sol das manhãs vindouras.
Expulso do grande baú do medo,
o dinheiro se transformará em uma espada fraternal
para defender o direito de cantar
e a festa do dia que chegou.

Artigo Final.
Fica proibido o uso da palavra liberdade,
a qual será suprimida dos dicionários
e do pântano enganoso das bocas.
A partir deste instante
a liberdade será algo vivo e transparente
como um fogo ou um rio,
e a sua morada será sempre
o coração do homem.

Santiago do Chile, abril de 1964

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Novo livro de Márcia Sanchez Luz


Editora Protexto lança "Porões Duendes", segundo livro de Márcia Sanchez Luz, com prefácio de Leila Míccolis




Devemos ler “Porões Duendes” porque a autora, Márcia Sanchez Luz, é visceralmente poeta. E como todo poeta, tem o amor como parte integrante de sua alma. Sua inteligência poética está muito acima da média. Sua presença literária ultrapassa fronteiras. Basta ler nas orelhas deste livro suas credenciais extremamente importantes. Ninguém conquista os inúmeros títulos que Márcia amealhou sem um trabalho sério, competente, técnico, paradoxalmente permeado, em sua essência, ao profundo amor que ela generosamente transborda em tudo que faz.
Depois do sucesso do livro “No Verde dos Teus Olhos”, Ed.Protexto, 2007, resolveu alçar vôos mais ousados. Inspirada nos grandes poetas parnasianos, enveredou pela difícil arte da construção de sonetos e o resultado está nas páginas deste “Porões Duendes”, fruto de estudo, dedicação, esforço e principalmente do imenso talento literário, orgulho de todos que têm o privilégio de conhecer sua obra.

Airo Zamoner - Editor

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Carlos Drummond de Andrade


Consideração do Poema

© Carlos Drummond de Andrade


Imagem do Google

Não rimarei a palavra sono
com a incorrespondente palavra outono.
Rimarei com a palavra carne
ou qualquer outra, que todas me convêm.
As palavras não nascem amarradas,
elas saltam, se beijam, se dissolvem,
no céu livre por vezes um desenho,
são puras, largas, autênticas, indevassáveis.

Uma pedra no meio do caminho
ou apenas um rastro, não importa.
Estes poetas são meus. De todo o orgulho,
de toda a precisão se incorporam
ao fatal meu lado esquerdo. Furto a Vinícius
sua mais límpida elegia. Bebo em Murilo.
Que Neruda me dê sua gravata
chamejante. Me perco em Apollinaire. Adeus, Maiakovski.
São todos meus irmãos, não são jornais
nem deslizar de lancha entre camélias:
é toda a minha vida que joguei.

Estes poemas são meus. É minha terra
e é ainda mais do que ela. É qualquer homem
ao meio-dia em qualquer praça. É a lanterna
em qualquer estalagem, se ainda as há.
– Há mortos? há mercados? há doenças?
É tudo meu. Ser explosivo, sem fronteiras,
por que falsa mesquinhez me rasgaria?
Que se depositem os beijos na face branca, nas principiantes rugas.
O beijo ainda é um sinal, perdido embora,
da ausência de comércio,
boiando em tempos sujos.

Poeta do finito e da matéria,
cantor sem piedade, sim, sem frágeis lágrimas,
boca tão seca, mas ardor tão casto.
Dar tudo pela presença dos longínquos,
sentir que há ecos, poucos, mas cristal,
não rocha apenas, peixes circulando
sob o navio que leva esta mensagem,
e aves de bico longo conferindo
sua derrota, e dois ou três faróis,
últimos! esperança do mar negro.
Essa viagem é mortal, e começá-la.
Saber que há tudo. E mover-se em meio
a milhões e milhões de formas raras,
secretas, duras. Eis aí meu canto.

Ele é tão baixo que sequer o escuta
ouvido rente ao chão. Mas é tão alto
que as pedras o absorvem. Está na mesa
aberta em livros, cartas e remédios.
Na parede infiltrou-se. O bonde, a rua,
o uniforme de colégio se transformam,
são ondas de carinho te envolvendo.

Como fugir ao mínimo objeto
ou recusar-se ao grande? Os temas passam,
eu sei que passarão, mas tu resistes,
e cresces como fogo, como casa,
como orvalho entre dedos,
na grama, que repousam.

Já agora te sigo a toda parte,
e te desejo e te perco, estou completo,
me destino, me faço tão sublime,
tão natural e cheio de segredos,
tão firme, tão fiel... Tal uma lâmina,
o povo, meu poema, te atravessa.

sábado, 25 de outubro de 2008

Poetrix


Na Luz



Na luz de teus sorrisos
Surgem plêiades travessas
Que atravessam meu astral.

© Márcia Sanchez Luz

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

De Musas e Colombinas...

© Márcia Sanchez Luz


Tela de Di Cavalcanti
Quero viver neste mundo
como quem vive um só dia:
cada fração de segundo,
fugaz como a estrela-guia.

Não sei se o solo é fecundo,
nem se a noite se atavia.
Porém sigo e me aprofundo
no sentir que me alicia.

Do pranto que me entristece
sugo as lágrimas que correm
dos olhos de um querubim.

Já do canto que enternece
sorvo as delícias que escorrem
de um coração arlequim.


terça-feira, 9 de setembro de 2008

Se Minha Fosse Essa Rua



Se minha fosse essa rua
Também não a asfaltaria...
Faria dela um abrigo
Pra chuva nela cair
Molhando a terra saudosa
De verdes gramas que emanam
Perfume que ninguém faz.

Se minha essa rua fosse
Seria ela um caminho
De encanto, luz e magia
Aos que procuram a calma.
O som do silêncio seria
Um mantra entoando carícias
Nas almas em busca de paz.

© Márcia Sanchez Luz

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Mona Dorf entrevista Márcia Sanchez Luz

Deixo aqui um convite muito especial para mim.
No próximo dia 29 de agosto, sexta-feira, será transmitida a entrevista que concedi à Mona Dorf, do Jornal O Estado de São Paulo. A entrevista irá ao ar entre 11h30 e meio dia pela Rádio Eldorado AM 700 kHz. Entretanto, acredito que só a cidade de São Paulo consiga sintonizar nesta rádio. De qualquer modo, a mesma ficará armazenada no portal do Estadão nos links de podcast:


E também poderá ser ouvida em:


Neste caso, basta clicar em meu nome e, então, em "ouvir a entrevista".

sábado, 16 de agosto de 2008

Dorival Caymmi vai deixar saudades...


Cantor e compositor Dorival Caymmi morre no Rio de Janeiro

Morreu na manhã deste sábado, no Rio de Janeiro, o cantor e compositor Dorival Caymmi. O músico, que tinha 94 anos, sofreu insuficiência renal e falência múltipla dos órgãos. Caymmi faleceu por volta das 6h.

Leia mais


Algumas de suas composições:


Canção da Partida

Minha jangada vai sair pro mar
Vou trabalhar, meu bem querer
Se Deus quiser quando eu voltar do mar
Um peixe bom eu vou trazer
Meus companheiros também vão voltar
E a Deus do céu vamos agradecer.


O Bem do Mar

O pescador tem dois amor
Um bem na terra, um bem no mar
O bem de terra é aquela que fica
Na beira da praia quando a gente sai
O bem de terra é aquela que chora
Mas faz que não chora quando a gente sai
O bem do mar é o mar, é o mar
Que carrega com a gente
Pra gente pescar.


Marina

Marina morena Marina você se pintou
Marina você faça tudo
Mas faça o favor
Não pinte este rosto que eu gosto
Que eu gosto e que é só meu
Marina você já é bonita
Com o que Deus lhe deu
Já me aborreci, me zanguei
Já não posso falar
E quando eu me zango, Marina
Não sei perdoar
Eu já desculpei tanta coisa
Você não arranjava outro igual
Desculpe Marina, morena
Mas eu tô de mal, de mal com você
De mal com você.

domingo, 3 de agosto de 2008

Ao Te Conhecer...



Ao te conhecer
fiz meu coração
debulhar razões
pra tudo entender.

Pouco conhecia
desse lado meu,
de aceitar malícias
onde eu não veria...

Como num segundo
vi-me acorrentada
a teus pensamentos...
intensos segredos!

Ou será que eram
sentimentos meus?

Talvez fossem mesmo
ardentes desejos
que eu, de tola e ingênua
não queria ver.


© Márcia Sanchez Luz

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Menção Honrosa em Concurso da UBT



Concurso União Brasileira de Trovadores – UBT / SP

Tema: Ciência
Grupo 2 Nacional


Em meio a tanta incoerência,
o homem quer entender
o que nem mesmo a ciência
é capaz de esclarecer.

© Márcia Sanchez Luz
(Menção Honrosa)

COMISSÃO JULGADORA DO GRUPO 2 NACIONAL E INTERNACIONAL

1. Ademar Macedo – RN - poetaademar@yahoo.com.br
2. José Valdez – SP - josevaldezcastromoura@yahoo.com.br
3. Lisieux Souza – MG - lisieux3@gmail.com
4. Miguel Russowsky - SC - miguelrussowsky@hospitalsaomiguel.com.br
5. Vicente Liles de Araújo Pereira – SP - vliles1303@itelefonica.com.br

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Escrever



Escrever é sorver a dor aos poucos,
é contar a si próprio o que bem sabe,
mas que aflige demais! Por ser tão louco,
faz que a alma, em torpor, logo desabe.

É cruel falar sobre o que machuca!
Mais cruel, entretanto, é não sentir
o que a vida oferece: pura luta
entre o ser complacente e o insurgir.

Se escrever é dar forma a certa ausência
na calada da noite ou mesmo dia,
vou seguir exaurindo a desavença.

Eis portanto o que faz a diferença
entre aquele que vive e contagia
e o que não sente a vida assim intensa.

© Márcia Sanchez Luz

domingo, 22 de junho de 2008

Crenças Seculares



A história de uma noite afoita, amor,
não cala no silêncio acolhedor.
O que provoca a dor sem rendição
é o corpo em transe tal camaleão.

Não vou fazer de mim seja o que for
para agradar-te em cena e aí compor
uma mentira vil em comunhão
com teus desejos sempre em compulsão.

Mas não te assustes não, se me encontrares
ferindo crenças ditas seculares;
nada no mundo impede alguém de ser.

Serei assim enquanto houver luares
norteando os passos, sonhos e lugares
que eu possa ainda um dia conhecer.


© Márcia Sanchez Luz

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Leila Míccolis no Palácio Gustavo Capanema


DECADENTISMO, BELLE ÉPOQUE, MÁSCARAS E PROVOCAÇÕES AMANHÃ NO RIO

Tudo isto e muito mais em “Fulgurações de Parcerias Textuais”, de 17 a 19 de junho, sendo que, amanhã, dia 17, será no Palácio Gustavo Capanema (das 9:30 às 12 h. e das 14 às 16:30 h), 7º andar, Auditório Muniz Aragão; e, nos demais dias, no Auditório Biblioteca Nacional (entrada pela rua lateral). Leila Míccolis apresentará seu ensaio “Parcerias Lyrio-líricas” das Mulheres brasileiras da Belle Époque, no primeiro dia (17), das 14 às 14:30 h.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Homenagem a Fernando Pessoa



Hoje, em Blocos Online, soneto de Márcia Sanchez Luz a Fernando Pessoa, em homenagem aos 120 anos de seu nascimento.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Cirandando com a AVSPE


Ciranda Trovinha do Amor


Trovinha do Amor

O amor pego de surpresa,
sempre tem um travessão:
se nasce na correnteza,
nunca acalma o coração.

Márcia Sanchez Luz
12.03.08



O amor que nasce da paixão,
faz sofrer o nosso coração,
pois é pura ilusão,
como uma noite de verão.

Marilda de Almeida.
12/03/08



Se amar traz felicidade ,
Eu tenho sido infeliz .
Querendo um amor de verdade ,
Amando quem não me quis.

Manoel Virgílio
12/03/08



O amor não manda recado,
toma conta do nosso coração
e não quer ser contrariado,
não pensa e ignora a razão...

Naidaterra
12/03/08



O amor surge repentino
A esquentar ao coração
Não sei se é o destino
Mas me tira toda a razão.

Antonio Cícero da Silva
13/03/08



Quando surge devagar
O amor cria alicerces
Tem raízes para amar
Jamais ele arrefece!

Luíza Soares Benicio de Moraes
13/03/08



O amor comete desatino,
nos faz perder a razão.
Talvez seja coisa do destino
eu sentir tamanha paixão!

Ilze Soares
14/03/08



Quando o amor acontece faz
Tremer o corpo que arde de Paixão
deixando um brilho especial no olhar
fazendo feliz o coração.

Nancy Cobo
14/03/08



CANÇÃO DE AMOR

Vamos cantar a canção...
Uma doce canção de amor,
que encanta o coração,
e à alma traz calor...

Marcial Salaverry
14/03/08



O amor é o caminho mais perto
Do céu para alguém encontrar
Eu já encontrei o meu céu
Tenho você para amar

Eri
14/03/08



Eu prossigo o meu caminho,
procurando um grande amor
que me envolva em seu carinho
e me aqueça em seu calor!

Gislaine Canales
14/03/08



O amor é mesmo danado
quando quer entrar em ação
não se faz de rogado
mexe fundo no coração...

Cássia Vicente
18/03/08



Um grande amor sempre faz
Ser-se feliz e mais seguro:
Quando eu amo, amo demais,
Sem passado e sem futuro.

Ieda Cavalheiro
Porto Alegre/RS, 03/05/2008.


O Amor.

Palavra quente que esquenta
agente e sobe labaredas,
em meu peito, suado e
cansado dos seus beijos.

Sávio Assad
04/05/2008



O Amor...

...chega assim sem sobre aviso,
causa turbilhão de sentimentos.
Traz nos seus lábios um sorriso,
final feliz de nossos momentos.

Anna Müller
04/05/2008



Acabei de perder a razão
Ao entregrar-me com todo amor
Agora sofre o meu coração
Chorando lágrimas de saudades e dor

Catarina
05/05/08



Amor que o tempo não apaga,
é esse que sinto por ti;
A saudade sempre o afaga
numa ternura sem fim.

Angela Conde



O AMOR...

O amor... ah, o amor !
chegou meio sem jeito,
foi ofertando gotas da paixão,
por fim, cravou morada no peito!.

Socorro Lima Dantas
Recife/PE
06/05/2008



A FORÇA DO AMOR

Quando nasce o amor no peito
do jeito que ele vem
convém ser tudo perfeito
no peito d'outro alguém.

Jorge Linhaça



domingo, 8 de junho de 2008

Flor Anciã



Espero-te em meu barco de manhã,
depois que a brisa e o canto se encontrarem
e te contarem sobre a flor anciã,
que fez meus olhos toda a dor secarem.

Espero-te em silêncio, no amanhã,
depois que a sombra fria e o ardor findarem.
E que tu venhas me encontrar, Titã,
mesmo se sol e lua te ofuscarem.

Então eu poderei de amor falar!
E nem que seja só por um instante,
bastar-me-á que saibas me escutar.

E vais me compreender e me beijar!
Da flor anciã guardei esta semente,
para que sintas Eros te embalar.


© Márcia Sanchez Luz

Ao Som de Madrigais, na Rádio Arinfo

Ao Som de Madrigais, de Márcia Sanchez Luz, é apresentado pela Rádio Arinfo, da Argentina



O programa 'Poesía Y Algo Más', sob o comando de Maria Elena Sancho, apresentou o soneto "Ao Som de Madrigais", de Márcia Sanchez Luz, declamado por Paulo Monti.


sexta-feira, 30 de maio de 2008

Campanha dos 100 anos da ABI (Associação Brasileira de Imprensa)


A vírgula pode ser uma pausa... ou não.
Não, espere.
Não espere.

Ela pode sumir com seu dinheiro.
23,4.
2,34.

Pode ser autoritária.
Aceito, obrigado.
Aceito obrigado.

Pode criar heróis.
Isso só, ele resolve.
Isso só ele resolve.

E vilões.
Esse, juiz, é corrupto.
Esse juiz é corrupto.

Ela pode ser a solução.
Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.

A vírgula muda uma opinião.
Não queremos saber.
Não, queremos saber.

Uma vírgula muda tudo.

ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da sua informação'.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Carinhos Especiais de Pessoas Especiais...


Tereza:
Que nesse dia tão feliz você possa sentir o amor de seus familiares e amigos.Que as bênçãos de Deus caiam sobre você. Muita saúde, paz, amor e prosperidade.Bjs de luz, namastê,Tereza

Vânia Diniz:
Querida Márcia,Parabéns, que seu caminho seja sempre feliz e com muito sucesso.São meus votos sinceros e carinhosos e muitas felicidades por esse dia especial.

Lou de Olivier:
Aniversário...Hoje não tem poesiaPois hoje é um diaEspecial por si sóE só isso já irradiaToda boa energiaQue desejo, de coração, a ti...Votos sinceros da amiga Lou de Olivier

Ademir Antonio:
marcia,grande abraço neste dia tão especialparabéns!

Leila Miccolis 1:
Minha amiga queridíssima, já enviei e-mail, mas quero te desejar, por aqui também e por todos os lugares do mundo, um aniversário maravilhoso, e que seu novo ciclo de vida seja perfeito, todos os dias, todas as horas, todos os minutos, porque a felicidade nunca entedia ou é rotineira, não é mesmo? Zilhões de beijos e zilhões de carinhos da tua Leila

Ana Elisa:
Parabensssssss!!Q Deus continue te iluminando e te trazendo so coisas boas.Mta saudee, amor, felicidade, sucesso (mto mais)... e tdo d bom.Vc eh mto especial.Enjoy your day.Milhoes de beiijosss

Adroaldo Bauer:
Márcia,Teu aniversário seja muito feliz, mais do que possas querer. Com toda a luz que tu e teu nome irradiam. Saúde para ti e os teus. Parabéns por muitos e muitos anos de uma vida alegre e com muito amor.Beijo e terno abraço.

Andréa:
Bommmmm dia!!!!Márcia querida,Muito amor, paz, saúde, felicidadee poesia em todos os dias de sua caminhada.FELIZ ANIVERSÁRIO!!!!receba um forte abraçoe beijos com carinho

SELMO:
Márcia, parabéns !!!Todo o carinho poético pra você.Saúde e inspiração.Beijos.

Manoel Virgílio:

P A R A B É N S !!!

Teu Aniversário2008


No dia que é do teu aniversário
Eu quero, aqui, deixar meus parabéns!
Por ti eu vou rezar o meu rosário,
E assim, te desejar todos os bens.

Mantenhas a saúde muito boa,
O bem que, entre todos, vale mais!
Trabalho, pois não é bom estar à toa,
Não percas a inspiração, isto jamais.

Amigos tenhas muitos em tua vida,
Que cada um te seja especial,
Presente e, também, muito leal.

Que tenhas no amor tua guarida,
Amando, sempre a todos, qual aos teus,
Conserva, pela vida, o amor em Deus.

Manoel Virgílio

Lari:
bom dia!! hj ele é seu!! gostaria muiiito de te dar um abraço bem forte e desejar felicidades, ao vivo..rs. Mas essa tal correria insiste em ficar ao meu lado..além de não estar em araras.mesmo de longe, desejo que as energias positivas estejam sempre com vc! PARABÉNS!! Tudo de bom!!

Cláudia:
Márcia, um lindo dia pra vc, grande poeta!Beijopoesiacacau.

**Paulinha**:
Oi Marcia, parabéns, td d bom, vc merece!!bjos

♥♥Zu♥:
Ehhhhhhhhh hoje é dia de festa!!!Parabéns!!! Muitas felicidades!!!Que vc seja muito, mas muito feliz!!!Bjuxxxxxx

André:
PARABÉNS Tia!!!!!!!!!!!que vc realize todos seus objetivos e q em cada ano seja mais FELIZ!!!!!!Que seu dia seja repleto de alegrias....bjos do seu sobrinho q gosta muito de ti

Ronaldo:
Feliz Idade Nova,amiga Márcia.

Eugenio:
MÁRCIA: JÁ PAROU PARA PENSARQUE FAZER ANIVERSÁRIOVAI ALÉM DE PRESTARATENÇÃO NOS ANOSQUE JÁ SE FORAM?
DESEJO-LHE que todos os dias sejam cheios de felicidade e que você semprepense nos anos todos que estão por vir. Porque o que passou até agora já pode serconsiderado como experiência. E experiência é a matéria-prima que nos faz únicosno meio da multidão.PARABÉNS POR ISSO E PELO FUTURO QUE VEM POR AÍ. Tenho certeza de que ele será cheio de realizações, de pessoas queridas, de diversão e de muita alegria e sucesso.FELIZ ANIVERSÁRIO, MÁRCIA SANCHEZ!
Anápolis (GO), 28/05/2008.

Neusa -:
Márcia, parabéns por esta data tão importante em sua vida! Desejo a vc muita Luz, Harmonia, Paz e Felicidade sempre.Beijos

Ivy Menon:
poeta, linda!, beijinho especial, hoje,de feliz aniversário.

Chico:
Como falr pra alguem que domina as palavras. oras eustou meio depre... algo de azas me faz falta não medo de avuar mas um ser alado sem asas que ja avuo de avião. sei la hoje num to legal im ser sem asas me faz falta. oras i que falar. pra vc. feliz anivessaguas.

Doroty ))§((:
Marcia queridaparabéns amigaum grande abraço carinhosamente te desejo feliz aniversário. Muito sucesso, alegrias e paz.Dora

Regina Lyra:
Parabens, Márcia.FELIZ ANIVERSÁRIO!Alegria, paz, saúde e amor.Beijos.

Rita:
Parabénsssssssssssssssssss :) MUita poesia em sua vida! Saúde, paz... abraço encantado :)

Urhacy:
marcia querida, um super aniversario pra vc.
muito tudo em todos os sentidos.
com amor, urha

terça-feira, 27 de maio de 2008

Artigo de Márcia Sanchez Luz publicado no Jornal Alto Madeira


Respondendo à pergunta de Selmo Vasconcellos...


QUAL A IMPORTÂNCIA DA BIBLIOTECA PARA VOCÊ ?

©
Márcia Sanchez Luz


Acredito que o ser humano tenha duas fontes de alimento - uma para o corpo e outra para o espírito. Nosso corpo é como uma roupa que trajamos por um determinado período, quando nos encontramos aqui na esfera terrena; deste modo, ele precisa de cuidados. Nosso espírito, porém, é atemporal e necessita de cuidados permanentes. Alimentá-lo é nossa missão. E o que é alimento para o espírito, senão as diversas fontes de conhecimento que fazem com que haja evolução espiritual contínua?

Talvez você esteja se perguntando: "Mas o que isto tem a ver com minha pergunta?"

Bem, não concebo o ser humano como um mero corpo que chega e depois parte. Não compreendo o universo em caos permanente. Entendo, sim, que temos uma missão; e para cumpri-la é preciso ter consciência de nossa existência e de nosso papel num determinado "enredo" social. E de que maneira podemos atuar no meio em que vivemos? A partir da certeza de que não somos meros espectadores no mundo, que somos agentes de nossa existência. E como adquirimos esta consciência? A partir da leitura. Quem lê, constrói conhecimento, descobre um mundo até então desconhecido; conhece a história da humanidade, desperta o desejo de fazer sua própria história e mudar a situação existente. A leitura nos leva a lugares nunca antes imaginados; faz-nos sonhar e lutar para a realização de tais sonhos; capacita-nos ao exercício da cidadania. Através da leitura nos fortalecemos, pois novas palavras vão surgindo e se incorporando ao nosso vocabulário, fazendo com que tenhamos cada dia mais argumentos para lutarmos por nossos ideais. Finalizando: acredito que a leitura seja o alimento fundamental para nosso espírito.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

INCENSA TEZ

Recuperar o estigma descentralizado
em estúpidas viagens laparoscópicas...

Trazer de volta a marca da dor pinçada
em cruéis sensações diagramadas
na fuligem do arcano capital...























Fugir do ar fundamentado
em ceras eriçadas
por uma voz que arde e grita a ausência...

Trançar o alvéolo de cor desprovido,
atordoante e altivo - pura insensatez
do que nada pensa, de quem nada fez.


© Márcia Sanchez Luz

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Affonso Romano de Sant' Anna - A Implosão da Mentira


Comunicado de Affonso Romano de Sant' Anna a respeito de seu poema "A Implosão da Mentira"


AMIGOS:

em tempos de " apropriação" e malversação da obra alheia, circula na internet e no youtube uma versão pobre e estropiada do poema meu A IMPLOSÃO DA MENTIRA, publicado originalmente durante a última ditadura militar. Peço aos amigos que contra ataquem em seus blogs, sites e toda forma eletrônica de comunicação divulgando essa verdade textual.
Em tempo: cuidado com os que dizem que a verdade não existe e que é arte qualquer coisa que qualquer um chama de arte. É mais uma mentira a ser ex/implodida.

Grato pela divulgação, ars


A Implosão da Mentira

© Affonso Romano de Sant’ Anna


Fragmento 1

Mentiram-me.Mentiram-me ontem
e hoje mentem novamente.Mentem
de corpo e alma, completamente.
E mentem de maneira tão pungente
que acho que mentem sinceramente.

Mentem, sobretudo, impune/mente.
Não mentem tristes.Alegremente
mentem. Mentem tão nacional/mente
que acham que mentindo história afora
vão enganar a morte eterna/mente.

Mentem.Mentem e calam. Mas suas frases
falam. E desfilam de tal modo nuas
que mesmo um cego pode ver
a verdade em trapos pelas ruas.

Sei que a verdade é difícil
e para alguns é cara e escura.
Mas não se chega à verdade
pela mentira, nem à democracia
pela ditadura.


Fragmento 2

Evidente/mente a crer
nos que me mentem
uma flor nasceu em Hiroshima
e em Auschwitz havia um circo
permanente.

Mentem. Mentem caricatural-
mente.
Mentem como a careca
mente ao pente,
mentem como a dentadura
mente ao dente,
mentem como a carroça
à besta em frente,
mentem como a doença
ao doente,
mentem clara/mente
como o espelho transparente.
Mentem deslavadamente,
como nenhuma lavadeira mente
ao ver a nódoa sobre o linho.Mentem
com a cara limpa e nas mãos
o sangue quente.Mentem
ardente/mente como um doente
em seus instantes de febre.Mentem
fabulosa/mente como o caçador que quer passar
gato por lebre.E nessa trilha de mentiras
a caça é que caça o caçador
com a armadilha.
E assim cada qual
mente industrial? mente,
mente partidária? mente,
mente incivil? mente,
mente tropical?mente,
mente incontinente?mente,
mente hereditária?mente,
mente, mente, mente.
E de tanto mentir tão brava/mente
constróem um país
de mentira
-diária/mente.


Fragmento 3

Mentem no passado. E no presente
passam a mentira a limpo. E no futuro
mentem novamente.
Mentem fazendo o sol girar
em torno à terra medieval/mente.
Por isto, desta vez, não é Galileu
quem mente.
mas o tribunal que o julga
herege/mente.
Mentem como se Colombo partin-
do do Ocidente para o Oriente
pudesse descobrir de mentira
um continente.

Mentem desde cabral, em calmaria,
viajando pelo avesso, iludindo a corrente
em curso, transformando a história do país
num acidente de percuso.


Fragmento 4

Tanta mentira assim industriada
me faz partir para o deserto
penitente/mente, ou me exilar
com Mozart musical/mente em harpas
e oboés, como um solista vegetal
que absorve a vida indiferente.

Penso nos animais que nunca mentem.
mesmo se têm um caçador à sua frente.
Penso nos pássaros
cuja verdade do canto nos toca
matinalmente.
Penso nas flores

cuja verdade das cores escorre no mel
silvestremente.

Penso no sol que morre diariamente
jorrando luz, embora
tenha a noite pela frente.


Fragmento 5

Página branca onde escrevo. Único espaço
de verdade que me resta. Onde transcrevo
o arroubo, a esperança, e onde tarde
ou cedo deposito meu espanto e medo.
Para tanta mentira só mesmo um poema
explosivo-conotativo
onde o advérbio e o adjetivo não mentem
ao substantivo
e a rima rebenta a frase
numa explosão da verdade.

E a mentira repulsiva
se não explode pra fora
pra dentro explode
implosiva.


(Poema publicado no JB em 1984, quando do episódio do Rio Centro e em diversas antologias do autor. Está em “ Poesia Reunida” L&PM, v.2)

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Celebrando o Dia das Mães



MÃE

Mãe
Doce olhar
Que em ternura se faz
Mesmo que à distância...
Capturando meus medos
Parece sentir minha alegria
Minha tristeza descobre num sonho.
Por vezes me pego pensando
Se teus olhos alcançam teu útero
Quando então lá me guardavas...

© Márcia Sanchez Luz

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Ilustre Teoria

Se Freud vivo estivesse,
na certa perguntaria:

“O que fizeram de Elektra
e sua consciente loucura?”

Como Édipo voltaria
em vingança ao infanticida
e resposta à altura daria
aos pais “Nardonis” da vida.

© Márcia Sanchez Luz

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Inalienável Veto

© Márcia Sanchez Luz


(imagem: http://www.celitomedeiros.com.br/)

Mero traço que no peito abraça,
abarca em brisas soltas teu sorriso,
mas em vão sequer protege meu achado
das rudes ventanias que destronam a paz!

Quero a semente que te aleita a vida!
Em forma de sustento, o alento é puro.
Se na semeadura teu lago é mais fundo,
que então teus grãos possam nutrir meus dias.

Secreto a ti meus mais parvos idílios!
Caprichos tolos, porém verdadeiros.
E na pujança de meus devaneios
espero a noite que me acorde os sonhos.

Estreitas brumas impelem-me a alma
a transgredir preceitos tão abjetos!
Pois que de tola já me basta a crença
de ser em mim inalienável veto.

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Selmo Vasconcellos publica poemas de Márcia Sanchez Luz


Jornal Alto Madeira - Página Lítero Cultural (*)


Quero deixar meus sinceros agradecimentos a Selmo Vasconcellos - poeta, cronista, contista, antologista, divulgador cultural e editor - que vem me presenteando com publicações de minha obra em seus espaços literários:



Jornal Alto Madeira - Página Lítero Cultural (*)


Deixo aqui um convite para que conheçam o trabalho de Selmo, pessoa de qualidades raras, entre elas sensibilidade, altruísmo e honestidade.


Selmo, obrigada por seu carinho!


Márcia Sanchez Luz

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Comemorando o Dia da Educação


Hoje, no Dia da Educação, proponho uma reflexão a partir de algumas frases do educador Paulo Freire (Recife, 19 de setembro de 1921 — São Paulo, 2 de maio de 1997).



“Na verdade, o domínio sobre os signos lingüísticos escritos, mesmo pela criança que se alfabetiza, pressupõe uma experiência social que o precede – a da ‘leitura’ do mundo.”

“Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho: os homens se libertam em comunhão.”

"A consciência do mundo e a consciência de si como ser inacabado necessariamente inscrevem o ser consciente de sua inconclusão num permanente movimento de busca."

“Quando penso em minha Terra, penso sobretudo no sonho possível – mas nada fácil – da invenção democrática de nossa sociedade.”


“Devemos compreender de modo dialético a relação entre a educação sistemática e a
mudança social, a transformação política da sociedade. Os problemas da escola estão
profundamente enraizados nas condições globais da sociedade.”

“Para a concepção crítica, o analfabetismo nem é uma ‘chaga’, nem uma ‘erva daninha’ a ser erradicada (...), mas uma das expressões concretas de uma realidade social injusta.”

“Desrespeitando os fracos, enganando os incautos, ofendendo a vida, explorando os outros, discriminando o índio, o negro, a mulher, não estarei ajudando meus filhos a ser sérios, justos e amorosos da vida e dos outros.”

(Últimas palavras escritas por Paulo Freire. Referia-se ao índio Galdino, assassinado por um grupo de adolescentes, em Brasília, 1997.)

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Silêncio e Encanto





O silêncio daquele ambiente me intrigava.

Não saberia dizer ao certo o que de estranho havia.
Só me seria possível tentar descobrir o que o tornava tão diferente para me chamar tanto à atenção.

Repentinamente, a porta se abriu; a luz que emanava era tão intensa que não me deixava ver quem acabara de entrar.
A sensação era de serenidade.

Já não era só luz, mas calor, cor. Estava extasiada!

Naquele instante minha curiosidade se transformara em encanto.
O silêncio persistia, mas era um silêncio de plenitude, não mais de urgência.

Não sei bem quantas horas se passaram. Mas foi tempo suficiente para perceber que aquele silêncio falava tudo o que eu precisava saber.

Entendi o que se passava...

Quem entrara por aquela porta era eu mesma! Não podia perceber antes, pois estava envolta em tamanha luz, que meu corpo já não mais importava.

Era outubro de um ano qualquer.


© Márcia Sanchez Luz

domingo, 13 de abril de 2008

Adeus, Eduardo Martins



Morreu na madrugada de hoje em São Paulo, aos 68 anos, o jornalista Eduardo Martins, autor do Manual de Redação e Estilo do jornal O Estado de S. Paulo, vítima de câncer e insuficiência respiratória. O corpo será velado hoje no cemitério São Paulo. O enterro está previsto para 16 horas.

Martins nasceu 26 de julho de 1939, em Cárceres, no Mato Grosso e começou no Estadão em 1956, aos 17 anos, para cuidar da seção de palavras cruzadas. Desde então foi redator, repórter, chefe de reportagem e comandou as editorias de Nacional, Economia e Cultura.

Em 2001, Martins foi premiado pela Associação Paulista de Críticos de Arte por seu programa De Palavra em Palavra, da Rádio Eldorado, como melhor na área cultural. O jornalista ainda é autor de livros como Uso do Hífen e Com Todas As Letras: O Português Simplificado.


Fonte: Agência Estado

domingo, 6 de abril de 2008

Desvario



Será que nesta vida tão doída
Existe algum lugar que delimite
A perda que maltrata em despedida
E a voz que sempre fere e impõe limite?

Não sei qual a razão de tanta lida
se o que magoa enfim não nos permite
banir o açoite turvo na acolhida
das noites, no silêncio que se omite!

Burlar a escuridão é desvario:
o claro que se apaga e mostra a dor,
não vai trazer a paz – é luta em vão!

Postergo e avilto a morte, fantasio
que tudo enfim será cultivador
de um mundo desprovido de aflição.

© Márcia Sanchez Luz

quinta-feira, 3 de abril de 2008

À Pequena Isabella

Num tempo em que ainda havia um amanhã...


de estrelas no céu,
cadentes ou não,
sedentas ou não,
carentes ou não...

de esperanças e medos,
de findar talvez
a alegria que até então se bastava...

crianças sobreviviam
à miséria...
à fome...
às injustiças sociais...


Isso num tempo em que ainda havia um amanhã.

© Márcia Sanchez Luz

segunda-feira, 31 de março de 2008

For You


Wherever I go
Whatever I do
The simplest, the purest
Is always for you.

My mind and my heart
Alone and together
Discover your secrets
Disable your trends.

Whenever my feelings
Seem so disagreeable
I’ll be ever watching
Your heart and my tears.

And whether I fall
Or even I cry
I’ll be ever trying
To give you my love.

© Márcia Sanchez Luz

sexta-feira, 28 de março de 2008

Homenagem do Grupo Ecos da Poesia à Márcia Sanchez Luz


Deixo aqui um convite para que vejam a linda homenagem que recebi de Victor Jerónimo e Mercêdes Pordeus, fundadores do Grupo Ecos da Poesia.

O endereço está logo no título. Para chegar lá, basta um clique!

Márcia Sanchez Luz

terça-feira, 25 de março de 2008

Ao Som de Madrigais




No ocaso deste acaso em que me vejo,
me perco em muitas curvas longilíneas:
tuas mãos em meus cabelos, benfazejo,
ao som de madrigais nas noites minhas.

Prefiro o teu perfume ao meu incenso
de mirra ou de jasmim quando em teu colo!
Porém quando te afastas, te dispenso.
Não queiras que eu te queira, não me imolo!

E por não ser mentira é que profiro
que a noite não passou de uma cantiga
deixada ao léu depois de alguns suspiros.

Tampouco vou querer ver teu delírio
em busca de um prazer que não mitiga
a sede deste amor que em vão aspiro.


© Márcia Sanchez Luz

sexta-feira, 21 de março de 2008

DIA MUNDIAL DA POESIA


DIA MUNDIAL DA POESIA
UNESCO - 2008


Leiam as diversas manifestações de poetas, comemorando o dia de hoje, em mais uma bela iniciativa do Grupo Ecos da Poesia.


Eu também estou lá, com o soneto "Amor Irmão", e espero vocês para uma visita!




Ilustração cedida pelo Grupo Ecos da Poesia



sábado, 15 de março de 2008

Soneto de Miguel Russowsky


ORAÇÃO DE POETA
(Miguel Russowsky)

Que me darás, Senhor, pela jornada
de dores, privações e misereres?
– Eu te darei a noite salpicada
de estrelas e silêncio. Que mais queres?

– E para a solidão da madrugada?
– Já fiz o mundo cheio de mulheres.
Procura e encontrarás a tua amada.
Faz os mais lindos versos que puderes.

– Mas como irei, Senhor, reconhecê-la?
– Há no céu, entre todas, uma estrela
que apenas tu verás. Que mais perguntas?

– E este frio e esta angústia que ora sinto?
– Quando ela penetrar em teu recinto
a primavera e a paz hão de vir juntas.




sexta-feira, 14 de março de 2008

Poema de Leila Míccolis


VÃ FILOSOFIA...



Falas muito de Marx,
de divisão de tarefas,
de trabalho de base,
mas quando te levantas
nem a cama fazes...


© Leila Míccolis


(poema publicado com a autorização da autora)

quinta-feira, 6 de março de 2008

Mensagem recebida por e-mail


Deixo aqui mais um carinho que me chegou por e-mail, desta vez de Victor Jerónimo, fundador do site Ecos da Poesia, juntamente com Mercêdes Pordeus.


Marcia eu entrei facilmente no seu belissimo blog e depois até acessei o outro.
Ambos espectaculares e condizentes com a grande mestre que você é.
Só não encontrei foi o livro de visitas ou de comentários para poder deixar um recadito.
Obrigado pelo apoio que dá ao Grupo Ecos da Poesia e aos seus comentários.

Com amizade
Victor Jerónimo

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Entrevista com Urhacy Faustino

Há tempos vinha querendo fazer uma entrevista com Urhacy Faustino, mas sempre me faltava coragem, por temer que ele não aceitasse. E qual foi minha alegria quando ele, de pronto, topou.

Urha é especial, um ser camaleônico, na acepção mais bela da palavra, e ao mesmo tempo coerente. É de uma espontaneidade que encanta, tal a emoção que transborda em sua fala autêntica e apaixonada.

Sem máscaras nem ornamentos: transparente, claro, iluminado. Totalmente desnudado.
Sua fala é ardente, sincera, contagiante. Típica dos românticos.

Este é Urhacy Faustino! Um colibri que nos convida a mergulhar na magia de seu mundo, acompanhando-o em seus vôos rasantes.


Acasalamento - Urhacy Faustino




Márcia - Você nasceu em Cândido Mota , cidade pequena no Estado de São Paulo. Foi difícil sair de lá? Como, quando e por quê surgiu esta decisão?

Urha - Bom, minha cidade é muito pequena para mim... É daquele tipo de cidade que na placa que se lê “bem-vindo” logo atrás se lê "volte sempre"... ou seja, uma cidade mínima... deixar a família, por mais desgarrada que seja a ovelha, é sempre um problema... eu sou feito elefante novo que precisa de cuidados da manada por longos anos... para mim, o mais trágico foi sair debaixo das asas de minha mãe, mas o mundo me acenava, me chamava e eu não podia dizer não.


Márcia - Em que momento surgiu Leila Míccolis em sua vida? (Não posso deixar de perguntar..., acho que todo leitor de Blocos tem curiosidade em saber... rss...)

Urha - Conheci Leila em um Congresso de Literatura em Batatais, interior de São Paulo (setembro de 1987). Meu livro Os lírios Negros tinha acabado de sair... foi minha primeira aventura no mundo dos grandes poetas... Como tinha gente fantástica neste congresso!!! Eu e ela ficamos amigos logo no primeiro dia de congresso... eu andava pelas ruas de Batatais com a boca pintada de negro, coisa de adolescente rebelde que gosta de protestar contra tudo... Leila me emprestava seu brilho sabor morango para eu passar sobre o cajal negro... fiquei conhecido no congresso como o Boca Negra (apelido que minha amiga e parceira de livro Claudia Pacce me colocou). Algum tempo depois Leila me presenteou com um poema lindo sobre nosso encontro: "Teu brilho sabor morango/ me faz querer provar teus rangos/ naturais,/ teus chás,/ e mais o que pintar rapaz:/ todos os atos passionais/ como os passos de um tango”./ Leila Miccolis, 23/10/87.


Márcia - Maricá: paraíso ou pesadelo? rss... Fale um pouco do projeto de sua casa em Maricá; sei que foi você que a projetou, não é? .

Urha - Paraíso, lógico!!! Eu amo Maricá, precisamente meu pequeno reino: trancado dentro dos portões de minha casa... Eu nasci no campo, quando saí de casa fui direto para São Paulo, depois para o Rio, onde cursei a faculdade de Teatro (Uni-Rio). Chegou um momento em que eu precisava de verde e de animais novamente. Maricá surgiu em nossas vidas pela minha necessidade de acordar com galos cantando... O projeto da minha casa é meu, sim... Eu peguei uma estrutura que estava abandonada há dez anos e criei em cima... Aqui as paredes têm rodas, porque eu não faço exatamente um projeto em papel, é mental... e assim as coisas ganham formas... Também os jardins... eu amo plantas! Enfim, falar da minha casa é como mãe babando cria.


Márcia - Vi as fotos do Rancho Blocos em seu orkut, com criação de abelhas. São duas as espécies?

Urha - São várias: mandaçaias, uruçu-scutellaris, uruçu ruffiventris, jataí, iraí, bicolor, manduri etc, todas sem ferrão. São extremamente dóceis. Estas abelhas são conhecidas como abelhas indígenas, produzem mel de altíssima qualidade e são as maiores polinizadoras da natureza, algo em torno de 80% da polinização das florestas são feitos por estas abelhas. É um hobby mágico.


Márcia - E as orquídeas? Sei que elas também são sua paixão... É você quem cuida pessoalmente de todas as plantas aí do Rancho?

Urha - Como disse anteriormente eu amo plantas e animais... As orquídeas são outro hobby maravilhoso e caro. Eu tenho uma boa coleção de plantas nativas ou primárias... As híbridas são lindas, mas são crias do homem... eu amo a cria divina. Cuido de quase tudo um pouco, replanto as orquídeas, faço a polinização, mudas etc... mas não dou conta de tudo, então todo o trabalho do rancho é feito por mim, Mônica e um funcionário, que é tão apegado aos bichos e as plantas como nós mesmos... Leila dá uma força com os gatos. O que quero dizer é que todo mundo coloca a mão na terra e na faxina dos canis, gatis e da casa, claro. Não gosto de ter empregada em casa, nunca gostei. Prefiro fazer. Limpar casa, lavar roupa, fazer comida, enfim tudo é higiene mental das mais saudáveis.


Márcia - Sei que você e Leila têm muitos animais; como é sua convivência diária com eles?

Urha - Meio que antecipei a resposta na pergunta acima, mas é quase que inerente a mim... É comum dar banho nos cães às duas da manhã... É comum pentear os pelos todos os dias, eu acordo com Tamma, minha shihtzu do lado... Os animais fazem parte de minha vida, do meu dia-a-dia desde criança.


Márcia - Sei também que você é um cozinheiro de mão cheia. No site da Leila há receitas de sopas com a sua “assinatura”. Quais são os pratos prediletos do “gourmet” e do “maïtre” Urhacy Faustino?

Urha - Eu sou um eterno curioso. Gosto de tudo o que pode se chamar de trabalho manual... cozinhar é uma terapia alquímica... Não sou de seguir receitas, gosto de experimentar, de misturar, de arriscar... No dia a dia eu sou muito simples e prático: como carne com arroz e purê de batata... como pouquíssimo legume... sou carnívoro assumido... Completo minha alimentação com frutas (que amo) e leite. Mas adoro fazer tudo, desde massas a frutos do mar... como Leila não come carne eu aprendi a fazer glúten em casa e a fazer legumes de diversas maneiras... eu me viro bem pilotando fogão.


Márcia - E agora me dirijo ao escritor Urhacy Faustino: como se dá o processo criativo de seu ser escritor?

Urha - De acordo com a lua... Eu não sou disciplinado, não escrevo todo dia... Escrevo quando tenho uma inquietude, quando sou tomado por uma vontade de criar. Para você ter uma idéia, estou escrevendo meu livro sobre vampiros há quatro anos... Há períodos em que escrevo uns dois meses sem parar. Depois paro um tempão... É como se eu me esvaziasse e precisasse me reabastecer... sem pressa, sem medo, sem sofrimento...

Meninos - Urhacy Faustino




Márcia - Quando você descobriu que queria dedicar-se à literatura?

Urha - Eu escolhi ser artista desde criança... Não sabia ao certo o que ia fazer... Era comum eu vestir roupas de meus pais e ficar horas de frente ao espelho... Era comum eu passar a noite inteira escrevendo um poema, pintando um quadro, moldando na argila... Nem sei se posso dizer que é uma escolha... vejo mais como algo que nasceu comigo: a minha maravilhosa cruz que carrego sem sentir.


“Muitos ventos sopram.
Dentro e fora de mim uivam
lobos que não sou.”

Márcia - Esse seu poema parece apontar para os diversos seres que o habitam... Fale um pouco sobre seus anjos, vampiros e lobos, Urha.

Urha - Para o mundo eu sou uma pessoa comum, um único caráter, uma única personalidade, mas para mim eu sou múltiplo: coisa de geminiano, com ascendente em sagitário... Muitas pessoas convivem dentro de mim... Há nisso uma solidão propositada, uma certa preferência aos meus seres noturnos: o lobo na pele do cordeiro... o vampiro vestido de anjo ou o anjo metamorfoseado de vampiro... Eu gosto das minhas viagens mentais... viagens sóbrias... Não preciso de nada para sair de mim... eu entro e saio quando quero em perfeito controle... (que fique claro eu odeio drogas, as minhas "viagens" são uma metáfora de um mundo paralelo, só meu. Impenetrável, que às vezes personifico através da literatura quase que num gesto de doação, porque, em geral, eu sou egoísta com o meu mundo, que é só meu, me pertence e só é importante para mim).



Diálogo Noturno - Urhacy Faustino





Márcia - Você tem onze livros publicados, não? Dá para falar um pouco de cada um deles, principalmente de "Colibri deflora os Chats"?

Urha - Que preguiça!!! Brincadeira (risos)... 'Os lírios negros' brotou do lodo, da lama e da minha necessidade de ser escritor, eu tinha dezesseis anos quando o escrevi... 'Nus anos 80' surgiu da minha necessidade de dizer que eu tenho uma relação mágica com meu corpo, com o sexo, com a libido. Rita Lee fez o prefácio, que foi uma glória para o fã ardoroso e o jovem menino escritor - eu tinha 20 anos... Foi ótimo me aventurar pelo mundo infanto-juvenil com 'Bom dia sol e boa noite lua' e "O pulo do Sapo", ambos em parceria, o primeiro com Sandra Mara Amaral e o segundo com Claudia Pacce. Depois, os demais foram conseqüência do ofício e cada um com uma importância diferente... Tudo o que escrevo sou eu, como te disse antes, há uma certa doação do que me pertence... Eu escrevo o que gosto, o que sou, o que acredito, o que quero, o que queria ler... Existe, e não vou mentir sobre isso, uma coisa egoísta na minha literatura: eu escrevo antes de tudo para mim, não importa se vão ler, se vão gostar. É a minha verdade. Não escrevo com finalidade de público-alvo... Claro que é um sonho quando um livro faz sucesso, mas não é o meu objetivo primeiro. Sobre o Colibri, novamente sou eu, louco, livre, leve, solto, sexual, erótico, lúdico, pornográfico (por que mascarar??? eu gosto, sou réu confesso de minha vida, odeio meias verdades... odeio meias mentiras... e em colibri, eu me usei para falar de algo que todo mundo faz: trepar, fazer sexo, foder ou fazer amor). Com a internet todas estas fantasias que todo mundo tem podem ser vividas, porque agora o mundo tem uma forma de preservar sua identidade: usa-se nicknames... Quem é colibri??? quem é hhh, quem é tedblue, a princípio sou eu... mas somos toda a raça humana... a diferença é que eu confesso que sou assim e grande maioria prefere sua dupla personalidade através de seus lindos e ultra-secretos nicks.


Márcia - Quais são seus escritores preferidos?

Urha - Leila Míccolis, Paulo Leminski, Alice Ruiz, Glauco Mattoso, Nicolas Behr, ou seja: geração de 70 na poesia — eu amo!!! No romance: Lygia Fagundes Telles, inigualável... Mas amo também Agatha Christie, Jk Rowling, Ane Ricce... Sheakespeare, Emily Bronté. Adoro muita coisa da poesia inglesa, tudo o que Bashô escreveu e costumo dizer que Rainer Maria Rilke é o deus de Praga e meu ("todo anjo é terrivel..." eu também sou!).


Márcia - Em que instante de sua vida surgiu o artista plástico? Ele é anterior ou posterior ao escritor?

Urha - Tudo nasceu comigo e é uno... desde criança escrevo, desde criança pinto... mas me aprimorei muito em pintura na Faculdade de Teatro: fiz duas cadeiras de artes plásticas durante o curso e foram essenciais para minha pintura. Porque eu descobri uma linha, um caminho... Atualmente eu trabalho junto com Mônica Banderas (Atelier UM). Eu e Mônica temos uma sintonia muito grande na pintura... A gente sempre fez exposição junto, mas no novo trabalho surgiu uma proposta arriscada que estamos desenvolvendo: a pintura com assinatura conjunta, ou seja estamos fazendo uma série de quadros pintados a quatro mãos... um começa e o outro conclui, ou simplesmente trabalhamos em conjunto na mesma tela até o final. E o que fazemos é um grande desafio, porque não fazemos esboço, não planejamos o quadro antes de realizá-lo (como nunca esboço nada antes), pegamos a tela branca e trabalhamos sem saber o resultado final... Tem sido um grande exercício perceber o traço, as cores e continuá-los de modo que permaneçam harmônicos e dentro do mesmo estilo... é como invadir a cabeça do outro e descobrir o que ele está pensando... e é um exercício em silêncio, apenas de sintonia e observação, pois não falamos nada, não conduzimos um ao outro.



Fauna - Urhacy Faustino e Monica Banderas - Atelier UM




Márcia - Algum pintor o influenciou mais de perto? Como acontece o processo de criação na pintura?

Urha - Juan Miró. Sou obcecado na pintura de Miró. As cores, o elemento lúdico, a pintura parecida com arte de criança, mas com uma técnica fabulosa... a repetição de elementos... a marca dele em todos os quadros... É impossível estar diante de um quadro dele e não saber que é dele. Como na literatura, algo me toma e, como um grito que precisa sair, explode. Já passei dezoito horas pintando sem comer, sem ir ao banheiro, sem beber água...


Márcia - Quais são os artistas plásticos de sua preferência?

Urha - Miró, Kandinsky, Paul Klee


Márcia - Urha, gostaria de publicar suas pinturas, ilustrando esta entrevista. Isto é possível?

Urha - Sim. Use e abuse. Permissão concedida, mas coloque em nota: pinturas cedidas para esta entrevista, sendo proibida reprodução em qualquer outro site ou veículo. Odeiooo minhas coisas passeando sem minha autorização.


Márcia - Você tem Bacharelado em Artes Cênicas na UniRio. Pretende atuar como ator? Acha que daria para conciliar o palco ou a televisão com a pintura, a literatura e o Rancho Blocos?

Urha - Daria sim para conciliar tudo... mas eu não gosto de teatro para atuar... Só faria uma peça que Leila escreveu sobre Rimbaud e Verlaine, porque amo os dois... Faria cinema, que é o que amo... mas também não corro atrás... Fiz bacharelado em artes cênicas por prazer e não pensando em seguir carreira. Precisava ter diploma, então fiz aquilo que me deu prazer em cursar. Atualmente penso em Mestrado em Literatura, mas não é nada certo e não estranhe se eu vier a fazer outro bacharelado em uma área totalmente oposta ao que faço.


Márcia - E como nasceu a idéia da criação do Portal Blocos Online? Em que sentido ele modificou sua vida?

Urha - A internet entrou em nossa vida pela porta da frente, desde que surgiu no Brasil... eu e Leila fazíamos o Blocos impresso, então vimos a oportunidade de aumentar os leitores do jornal com a internet. E o objetivo sempre foi o mesmo: divulgar literatura contemporânea. O Blocos Online nunca foi um projeto para divulgar Leila Miccolis e Urhacy Faustino (detesto auto-promoção) sempre foi focado em registrar a nova literatura, divulgar os novos poetas, porque nunca há espaço na grande imprensa para quem está surgindo... Esta falta de espaço para a nova literatura é tão real que Blocos OnLine ganhou uma proporção gigantesca em pouco tempo. Hoje é um portal enorme e super respeitado. Atualmente Blocos Online só é possivel através de um esforço enorme da Leila, que é incansável, e pelo apoio do Bradesco, porque a gente vive em função do portal. Blocos Online invadiu nossa vida, hoje é meio difícil saber onde ele termina e começa nossa vida pessoal. Dá para fazer tudo, até para ser feliz, mas Blocos Online tem que estar em primeiro plano (se acontece algo com Blocos Online tem que parar tudo para resolver o problema). Também só dá para fazer outras coisas depois da atualização diária e depois de ler e responder em média 400 e-mails diários.


Márcia - Última pergunta: para você vida e obra se fundem? Quais os próximos projetos para ambas?

Urha - Para mim é tudo uma coisa só: o rural e o urbano, o simples e o sofisticado, eu e o que escrevo... Para minha vida pretendo continuar na busca de me conhecer melhor que é o que sempre fiz... Quanto ao trabalho, continuar com Blocos ad immortalitatem. Preciso também terminar meu romance: Vampiros do Brasil, plantar flores, criar animais, comer, dormir, falar muito, ouvir muito, estar e defender o direito de ser a criatura chata, egocêntrica, que beija, que ri, que chora, que acredita, que pensa, que doa, que brinca, que sonha, que tem medo, que tem fraquezas, que tem forças, que verga, que quebra, que junta, que corre, que pára, que (acima de tudo) vê a alma de quem entra no seu mundo e que atende pelo nome de urhacy faustino ou de urha, para os muito íntimos.

Márcia, que Deus te ilumine e muito obrigado pelo carinho.

Eu é que tenho que agradecer por tamanho carinho, Urha! Você já tem tanto o que fazer, projetos encantadores realizados e a serem realizados, e ainda assim fez esta pausa para me conceder o privilégio de te entrevistar.


E que Deus também continue a iluminar esse seu coração !




Nota: Pinturas cedidas para esta entrevista, sendo proibida a reprodução em qualquer outro site ou veículo.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Homenagem de Manoel Virgílio à Márcia Sanchez Luz

Teu Livro

No livro estás bela em tua foto,
Perdoa, mas eu digo o que noto.
No rosto transparece a franqueza
Que explica, dos teus versos, a nobreza.

Nos versos que versas, há venturas,
Mas, às vezes, transparecem amarguras.
No livro tua vida é declamada,
A fé que tens à vida, declarada.

Amores, fantasias, frustrações,
Desejos e anseios rejeitados,
Conquistas e carinhos alcançados.

Também, há esperanças e ilusões.
Se pedes, a olhos verdes mutações,
Há vida, pois mudar é o esperado.

Manoel Virgílio

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Acróstico de Sílvia Araújo Motta em homenagem à Márcia Sanchez Luz


1760 – MÁRCIA SANCHEZ LUZ

Homenagem Acróstica Nº 1760
Por Sílvia Araújo Motta

M-Márcia Sanchez Luz:
A-Araras é sua terra natal!
R-Razão familiar paulista
C-Conduz sua vida profissional à
I-Informática, à Refrigeração, à
A-Alimentação e à Literatura.
-
S-Seu trabalho humanista
A-Atende às crianças limítrofes.
N-Na Capital iniciou seu trabalho
C-Como Tradutora e Redatora...
H-Hoje é Pedagoga e Psicóloga.
E-Estudou Literatura Inglesa e Francesa,
Z-Zelosa autora de Manuais Técnicos.
-
L-Ledora,Acadêmica,Professora!
U-Uma POETA desde os nove anos,
Z-Zen, participante de sites e blogs.
-

Belo Horizonte, 3 de fevereiro de 2008.
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(*) Sílvia Araújo Motta-Belovalense/BH/MG/Brasil,
Graduada e Pós-Graduada,Acadêmica,Escritora,Poeta,Violonista,Tecladista,
Presidenta do Clube Brasileiro da Língua Portuguesa/ 8 países lusófonos,
Cônsul Z-NO em Belo Horizonte /MG/Brasil,Poetas del Mundo/130 países.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Desgosto Inútil



Se em mim corrói a idéia de não ser
do mar a presa em prantos se esvaindo
Se em tudo o quanto ainda creio haver
desgosto inútil, vão, da dor provindo

Se acaso for então o que abomino
nas minas traiçoeiras do destino
Meu fado e minha sina hão de buscar
a justa explicação pra abalizar

O que não tem remota ausência em ti
nem som de acrobacia eletrizante
que soe como a breve e elegante

Partida em tom menor do que sofri
ao ver o que não quis, altissonante,
trazido a mim em morte delirante.


Márcia Sanchez Luz ©

sábado, 26 de janeiro de 2008

Para guardar no coração...


O Imaginário

À poetisa Márcia Sanchez Luz
(Mauro Lúcio de Paula)

O primeiro autor
Que me fez pensar
Em escrever um poema
Foi Edgar Alan Poe.
A minha rua era a chave
Para abrir a porta da minha imaginação.
Não precisava correr o mundo
O mundo estava dentro de mim.
O mundo não vê nada sou eu quem o vejo.
Não me fiz poeta, nasci!
É isso menina e poetisa
é o seu imaginário
que reacendeu a minha alma e o meu ofício,
outro ofício não tenho.
Só sei escrever poesia.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Homenagem de Mauro Lúcio de Paula à Márcia Sanchez Luz


Faço um convite aos meus leitores para que conheçam o blog de Mauro Lúcio de Paula, que me fez uma linda homenagem.

Mauro, obrigada por seu carinho, e sucesso para você em seu novo espaço!

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Seixos Transparentes


Gravura de Celito Medeiros


De tanto amor e dor que a ti concedo
meu corpo de minha alma se liberta.
O amor não tem remorsos nem avessos
A dor, porém, fulmina e não me alerta.

É sôfrega a palavra que me invade
em trajes tão secretos e prementes!
Melhor seria a dor em seu contraste
vertendo a seiva em seixos transparentes.

Viver em ti não pode ser promessa
de noite entristecida alvorecer
e nem apaga a dor que em mim professa.

Assim transcendo a busca que não cessa
e a brisa flamejante vem trazer
o aroma do pulsar que me interessa.


© Márcia Sanchez Luz


quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Sempre


Sempre que puder
Buscar-te-ei no infinito
Mais profundo de meus sonhos.

Sempre que puderes
Procura-me em meu silêncio
Que encontrarás meu ser.

Estarei pronta.
Em meu casulo te abrigarei
E te alimentarei
E te amarei
E serei tua como a lua
Que espera a noite chegar
Como o sol que se deita
E te aquece
E te acalma
E te ilumina.
Sempre.

© Márcia Sanchez Luz