sexta-feira, 9 de julho de 2010

Mascaradas



Não há porque cobrar de ti, amor,
o que tampouco posso dar de mim.
Posso porém pedir, veja-me assim
como semente forte em viço e cor

a alimentar teus sonhos de Pierrô,
quem sabe até quimeras de Arlequim
(todo vestido em tiras de cetim)
que após sorver um gole de licor

recobra forças antes escondidas
e vai atrás da amada Colombina
pra declarar, mesmo em total silêncio,

o afeto que era febre adormecida
(por falta de uma antiga lamparina)
e que hoje queima feito fogo intenso.

© Márcia Sanchez Luz