A gaveta que abri
Me abriu a ferida
Restos guardados
Poeira da vida
Ah, é só isso que dá
Freqüentar meu passado
Num papel de cigarro
A promessa indevida
Fica estranho pensar
Que hoje é o resto da vida
Ah, tua sombra lilás
Meu olhar desbotado
A foto apagada
A carta escondida
O ano na agenda
A flor esquecida
A caixa do nosso bombom
O velho cobertor
Uma concha vulgar
Lembra a praia perdida
O teu sabor de sal
Uma onda bem-vinda
Ah, ainda gosto do mar
Ah, ainda gosto um bocado
Fecho a gaveta verdade
Tranco a dor que há em mim
Ah, ainda o gosto do mar
Ah, ainda gosto um bocado
Já que eu não mato a saudade
Vou fazê-la dormir
Álvaro Cueva - Compositor,sócio do Clube Caiubí de Compositores, lançou em 2005 seu primeiro álbum independente, 'Canabi Emotiva', com participação de Alexandre Cueva, Zé Rodrix, Toninho Ferragutti, Proveta e Marcelo Pretto, entre outros. Em 1989 lançou, junto com a Banda Rés o LP Rés Derelictae, com várias de suas composições. Participou de vários Festivais (Tatui, Avaré, Carrefour, Projeto Nascente - USP etc.). Formou-se em Artes Cênicas, tendo na teatralidade de suas canções uma das características mais marcantes de seu trabalho.
http://clubecaiubi.ning.com/profile/alvarocueva
Contato:
(11) 8359-7796
alvarocueva@gmail.com
(Publicado com a autorização do compositor)
segunda-feira, 9 de março de 2009
Bosconeana, de Alvaro Cueva
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Nessa gaveta
ResponderExcluirtodo um passado
que ali guardado
mantinha-se em silêncio
em memórias deixadas
nas areias da praia
nas aguas levadas
hoje mostrado
revela-se vivo
nada foi apagado.
Belo poema lindo mesmo.