segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
Canção noturna
© Márcia Sanchez Luz
(Img: Moça dormindo, de João Werner)
Não quero mais que digas ter amor
por mim, quando bem sei que só me queres
para enfeitar teu corpo com prazeres
que ao fim me causam sofrimento e dor.
Não quero estar contigo e meu frescor
te dar inteiro. Eu sinto que me feres
porque desejas mais de mil mulheres
por garantia, para o teu louvor.
Esquece o que vivemos, eu te peço!
Foi tudo uma ilusão desenfreada
que agora finda e a paz é o meu ingresso
à vida que me espera mais ousada.
Isto é o que pagas pelo desapreço,
por me fazer chorar de madrugada.
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Márcia,
ResponderExcluirGostei do Soneto, se você quiser
vê-lo divulgado por "MENSAGENS POÉTICAS" Entre em contato comigo:
poetaademar@yahoo.com.br
Todos sabem que o soneto é a mais difícil poesia existente.
ResponderExcluirO que não impede Márcia de repetidamente ter sucesso quando os escreve, como este. A autora exige amor, faz questão, como expressamente afirma, num canto muito bem cadenciado. Gosto de ler!
Beijos, poeta.
Jorge
O pranto solitário acende a mágoa incendiando o soneto de Márcia que, magnificamente, o reconduz a Paz contida por uma ilusão.
ResponderExcluirParabéns, querida Poetisa!
Bjs
Ademar, será um prazer ter o soneto divulgado por você. Já lhe enviei um email.
ResponderExcluirObrigada
Márcia
Jorge, escrever sonetos exige, de fato, dedicação e trabalho árduo... Agradeço pela leitura cuidadosa, como sempre, e pelo carinho de suas palavras.
ResponderExcluirBeijos
Márcia
Minha querida Lígia, ainda bem que temos a poesia e a música como expressão de sentimentos! Obrigada por vir abrilhantar este espaço, que é de todos nós.
ResponderExcluirBeijos
Márcia
09-01-12
ResponderExcluirPrecioso, genial, estimada y admirada amiga Márcia, tu último soneto. Enhorabuena. Muchas gracias por compartir con los amigos esa luminosa estrella poética.
Besos
Carlos Benítez Villodres
Málaga (España)
http://www.carlosbenitezvillodres.es
UM EXTRAORDINÁRIO ANTI-POEMA DE AMOR!BRAVÍSSIMO!
ResponderExcluirBelíssimo poema pelo avesso, como diz o Roger! Na aparência, uma atitude. Na essência, um queixume...
ResponderExcluirComo sempre, o esmero na escolha de cada palavra, e domínio da cadência e magia do soneto! Paradigma a ser seguido.
Beijos, minha amiga!
Carlos, é uma honra recebê-lo neste espaço. Fico muito feliz e grata por sua gentileza.
ResponderExcluirBeijos
Márcia
Rogel, agradeço pela leitura mais que atenta do soneto. É isso mesmo, um anti-poema de amor! Que bom que veio prestigiar este espaço!
ResponderExcluirBeijos
Márcia
Caio, a atitude existe também na essência, mesmo que mascarada por lamentos...
ResponderExcluirAgradeço, do fundo do coração, pelo carinho com que sempre trata meus poemas!
Beijos
Márcia
O seu soneto tem a excelente qualidade a que nos acostumou. Muitos tentam fazer a poesia na superior arte do soneto, mas poucos o conseguem com a sua mestria. Eu nem tento, por respeito aos maiores...
ResponderExcluirSaúde e Paz.
João
Querida Marcia: Acabo de ver tu blog O Imaginario y tus múltiples sonetos son preciosos todos. El hacer un buen soneto es un reto para el poeta pues es la forma más difícil de expresarse en el verso. El último que has incluído, "Canción Nocturna", es un canto al desamor o al amor no correspondido. Quizás un reproche al ego de algunos hombres que utilizan la entrega de la mujer para después ignorarla.
ResponderExcluirTe felicito amiga.
Un abrazo desde España
María Sánchez Fernández
Há sempre um soneto saborosamente novo na poesia-banquete de Márcia Sanchez Luz.
ResponderExcluirFabbio Cortez
Feliz de quem se desilude... Quando caem os véus, revela-se a verdade retratada neste poema, que começa num lamento e evolui por todos os subtons da libertação.
ResponderExcluir"Vai, vai mesmo; eu não quero você mais. Você machucou meu peito. Não tem mais o direito de zombar da minha paz. Vai ou não vai?". Era um samba de carnaval da minha infância que você me fez reviver no túnel do tempo.
Olá, Márcia.
ResponderExcluirReparo nesse soneto, na forma que lhe deste, mais um recurso teu ao fazê-lo fluir continua e harmoniosamente, verso a verso, sem que se perceba a quebra das estrofes. Nisso, o poema flui como a manifestação que vem de dentro, na dialógica de um lamento. Mas no entanto, tu te impões diante desses versos e ressurges sobranceira diante do que já foi mágoa e agora é liberdade. Gostei muito. bjs. Marco.
BEM SABES A RAZÃO DE NÃO TE AMAR
ResponderExcluirCicero Melo
Bem sabes a razão de não te amar:
Eu quero liberdade – mil mulheres.
Odeio a mesa posta com talheres.
Odeio a hora certa do jantar.
Não quero marcar ponto ao voltar,
Nem quero de milícia ser alferes.
Decifra-me os segredos, se puderes.
Bem sabes que moro neste bar.
Bem sabes que vivo tão somente
Das regras que não dão os bons conselhos
E do fruto traçado na semente.
Amar - a liberdade dos espelhos.
Porque Amor se apega tanto à gente,
Como chatos cravados nos pentelhos.
Bom dia querida Poetisa Márcia, muito gratificante ler este seu belo Soneto , aos primeiros acordes do dia. A Poetisa usa da palavra com maestria, dando ao Soneto forte emoção e conteúdo, de quem sabe e conhece essa arte maior, meus cumprimentos,
ResponderExcluirsaudosamente,
Efigênia Coutinho
Os engenheiros e arquitetos aplicam-se a construção de suas obras desde a maquete. E você Márcia com suas obras vai além maquetes.
ResponderExcluirQuerida, gosto muito deste seu soneto, que me soa como a quebra dos grilhões de um sentimento masoquista, que só machuca — longe, bem longe do que deveria ser um amor afetuoso e cúmplice. Ou seja, poeticamente você começou 2012 muitíssimo bem.
ResponderExcluirBeijos,
Leila
João Santos, agradeço por suas palavras. Não importa a forma de expressão através da poesia, mas sim o que ela nos diz, não é mesmo?
ResponderExcluirQuerida María, "Canção noturna" é sim um basta ao que não nos faz felizes, um grito de libertação. Adorei seu comentário, sua leitura atenciosa. Obrigada.
Aracéli, você disse tudo agora. Como é importante a desilusão, a traição (em todos os sentidos)e o encontro com a verdade! É, afinal, o que nos faz crescer e lutar pela libertação. Obrigada por sua leitura atenta e carinhosa, minha querida.
ResponderExcluirBeijos
Márcia
Marco, é verdade...o lamento possui tais características. É contínuo, como se a pessoa precisasse escutar a própria voz por um longo tempo, até conseguir transformá-lo em liberdade.
ResponderExcluirObrigada, amigo e poeta, por mais esta demonstração de carinho e sensibilidade.
Beijos
Márcia
Fabbio, você é sempre muito gentil. Obrigada por ter vindo prestigiar este espaço.
ResponderExcluirAbraços extensivos a todos os seus.
Márcia
Cicero, para amar é preciso libertar não só o ser amado como a si mesmo...
ResponderExcluirObrigada por ter vindo.
Márcia
Muito obrigada pelo carinho de suas palavras, Efigênia. Que bom vê-la aqui!
ResponderExcluirBeijos
Márcia
Antonio, você estava sumido, hein? Muito trabalho no Natal? Obrigada por seu carinho.
ResponderExcluirQue você e todos os seus entes queridos estejam bem!
Márcia
Leila, minha querida, que bom que você veio! Sim, amar tem de ser, antes de tudo, libertar, não magoar...aí surgem, naturalmente, a cumplicidade e o afeto. Caso contrário, o relacionamento se torna um fardo pesado demais...
ResponderExcluirObrigada pelo carinho de suas palavras e por ter vindo abrilhantar este espaço!
Beijos carinhosos
Márcia
Oi!
ResponderExcluirSua Canção Noturna é um petardo certeiro em quem não valoriza o amor!
Abraço,
Rizolete Fernandes
Marcinha,
ResponderExcluiraquele soneto não é um comentário ao seu "Canção Noturna". Foi escrito no meu período de goliardo (1986) e nunca foi publicado. Contudo, quando li o seu poema, vi, com surpresa a afinidade e a anti-simetria entre ambos, as palavras comuns "mil mulheres", o rítmo idêntico, e os temas completamente opostos, como se um falasse com o outro, tão distantes no tempo. O verso final é cruel, mas é o que chamávamos, à época, de "chave de couro". Pode chocar almas sensíveis.
Abraços,
Cicero
Lindo, bom fim de semana beijo Lisette.
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