Sonhos de moça-menina,
sonhos de mulher madura,
sonhos que a vida costura
e que o mau tempo assassina.
Sonho que a noite fascina
e que alegria perdura,
mas quando acordo a brandura
se perde - a vida fulmina,
pois não perdoa os enganos.
São tantos, sei, não tem jeito,
mas não são erros mundanos.
São só desejos arcanos
e com os quais me deleito,
pois que não são levianos!
(Do livro "Quero-te ao som do silêncio!")
Querida Marcia: nunca será demais afirmar que a voz do silencio ecoa entre os desejos humanos e os desejos arcanos que revela a sua poesia. Com abraçares, Grauninha.
ResponderExcluirLindo e verdadeiro soneto que penetra profundamente na sensibilidade da alma feminina.
ResponderExcluirUm abraço
Gostei muito, Márcia... na primeira leitura - no "Quero-te ao som do silêncio" - comoveu-me a sensibilidade ao tratar de tema tão delicado à percepção. Na posterior, a belíssima imagem confirmou essa essência quase que impalpável na qual, além dos sentidos, há que ter inteligência ao entrar.
ResponderExcluirOu, põe-se tudo a perder... Beijos!