Giardino Autunnale - Van Gogh
O outono é como o vento em arrelia
tentando na manhã fazer alarde;
provoca um som que varre o fim da tarde
e não descansa quando acaba o dia.
O outono chega, avisa e principia
uma partida em que se vê, covarde,
a consciência da maturidade
sendo trocada pela hipocrisia
que degenera o ser em vital ciclo
e destempera a vida em plena lida
em busca de alegria desvalida.
O outono é folha morta em fim de ciclo,
é o tempo que passou em cada vida,
e tem o tom mordaz da despedida.
© Márcia Sanchez Luz
tentando na manhã fazer alarde;
provoca um som que varre o fim da tarde
e não descansa quando acaba o dia.
O outono chega, avisa e principia
uma partida em que se vê, covarde,
a consciência da maturidade
sendo trocada pela hipocrisia
que degenera o ser em vital ciclo
e destempera a vida em plena lida
em busca de alegria desvalida.
O outono é folha morta em fim de ciclo,
é o tempo que passou em cada vida,
e tem o tom mordaz da despedida.
© Márcia Sanchez Luz
Márcia, minha querida poeta!
ResponderExcluirA técnica cada vez mais apurada.
A inspiração sempre nos píncaros dos sentimentos.
A beleza das construções literárias, ímpar!
Quer uma prova? Veja: "...a consciência da maturidade
sendo trocada pela hipocrisia"
Um beijo
Airo Zamoner
Márcia escreve além dos limites, parcos e complacentes, das palavras. Translitera sensações com seus símbolos e vincula visão de mundo, técnica e domínio poético a visão realista de Vida. E sempre (não se, ou talvez) seus poemas lhe rendem homenagens vívidas, até quando esta se "destempera em plena lida".
ResponderExcluirÉ assim. Nossa ordem interna corre paralela aos sintomas das estações como se tudo fosse munido do mais puro significado do Uno. Homem e natureza fazem parte de uma mesma amálgama, penso.
ResponderExcluirBeijos, querida, e parabéns pelo belo soneto!
As tílias com suas folhas amareladas, que os europeus conhecem e Van Gogh pintou com maestria, combinam exatamente com a essência do soneto cadenciado de Márcia.
ResponderExcluirMas eu amo o outono. Afinal, não podemos concordar em tudo, e não estou falando do límpido verso.
Beijos
Jorge
Márcia,
ResponderExcluirSeu soneto é magistral. Tem uma plasticidade incrível e a linguagem é multissignificante, tão plural que, nas entrelinhas, há outra poesia marginal, mas magnífica também. Você fez do Outono um ser vivo e ampliou a significação dessa estação que, nos outros países, tem mais encanto, porque todas as árvores perdem as folhas. Aqui, no Brasil, é preciso ter olhos de poeta para vê-la.
Parabéns,
Abraço, Edson
Querida Márcia:
ResponderExcluirSoa-me como algo muito perto de mim, que já estou bem no final do "outono da vida", (mas me sinto com espírito primaveril).
Gostei das metáforas e da métrica.
Vai direto para minha coleção de sonetos.
Obrigado
Gobbo
Ficou danado de bonito esse blog,hein?!
ResponderExcluirA poesia, então, nem se fala...
Mas já falei.
Bj. Márcia.
Aracéli
Márcia,
ResponderExcluira sua técnica é admirável, a sua maestria é invejável. Mas admirável mesmo é a sua inspiração, a sua descrição do outono é perfeita, linda e plena.
Parabéns, minha poetisa predileta.
bjs,
Mauro
Assim eu vou ficar muito prosa, Airo!
ResponderExcluirBrincadeiras à parte, fico muito feliz que tenha gostado. O outono sempre nos remete ao fim de um ciclo, o que nos leva a pensar que um outro, em breve, nascerá.
Obrigada pela generosidade e carinho de suas palavras.
Um beijo
Márcia
Caio, a cada dia que passa me comovo mais com seus comentários!
ResponderExcluirComo bem disse Neruda, em “Últimos Poemas”, traduzido por nosso querido Luiz de Miranda,
“...Há que sentar-se na beira
do poço da sombra
e pescar luz caída
com paciência"
Obrigada por vir abrilhantar este meu soneto, amigo querido. É sempre uma honra tê-lo aqui.
Beijos
Márcia
Sabe Fabrício, acho que o outono nos encanta e nos assusta na mesma proporção. É a época em que temos de nos preparar para o inverno, recolher o que for possível para enfrentarmos uma outra etapa de nossas vidas.
ResponderExcluirObrigada pelo carinho aqui deixado.
Beijos
Márcia
O outono é lindo, Jorge. Basta ver as folhas mortas cobrindo o chão. É sinal de que precisamos nos preparar para um novo ciclo, uma nova vida. Agradeço pelo carinho de seu comentário e por sua presença constante.
ResponderExcluirBeijos
Márcia
Edson, obrigada pela leitura atenciosa deste soneto e pela generosidade com que o trata. Estou muito feliz com sua presença. Volte sempre! Será sempre muito bem-vindo.
ResponderExcluirUm abraço
Márcia
Gobbo, nem sempre a idade física corresponde à idade espiritual. E quem está em constante processo de criação como você, está longe deste “final de outono da vida”. Gosto muito de seus contos! Obrigada por ter vindo. Fiquei muito feliz.
ResponderExcluirUm abraço
Márcia
Minha querida Aracéli, você ainda não respondeu se posso publicar aquele outro comentário...estou esperando, viu? Sua presença em dobro me encheu de alegria! Obrigada. E volte sempre!
ResponderExcluirBeijos, com carinho
Márcia
Oi Mauro! É sempre muito prazeroso receber sua visita, viu? Agradeço de coração pelo carinho com que trata minha poesia.
ResponderExcluirBeijos
Márcia
Estimada y admirada amiga y poeta Márcia:
ResponderExcluirMe he deleitado con la lectura de tu genial y sorprendente soneto O Outono. Enhorabuena por esa joya literaria, con la que me has hecho sentirme atraído e iluminado y colmado de placer poético. Gracias.
Un abrazo fraterno y solidario
Carlos Benítez Villodres
Málaga (España)
Carlos, eu é que agradeço pela atenciosa leitura deste soneto, assim como pelo carinho e generosidade de suas palavras!
ResponderExcluirUm abraço
Márcia
e se o outono poético enlouquecer como o das estações?
ResponderExcluirComo é viver a cada momento com intensidade assim cada estação passa e folhas novas florecem.
ResponderExcluirBeijos e te sigo
Querida, o outono aqui chegou desfazendo a imagem poética que em geral se tem dele. Ainda bem que há a sua poesia para retê-lo cheio de beleza. Beijos, Leila
ResponderExcluirParreira, respondendo à sua pergunta...
ResponderExcluirBom, o soneto não vai enloquecer, a poesia já é manifestação, por vezes, da "loucura" que habita nossa alma e nossos questionamentos. Quanto às estações...a natureza está dando o troco e nos alertando, furiosa, da loucura que cometemos diariamente. Assim, eu não questionaria o outono poético, e sim a humanidade.
Obrigada por sua presença.
Márcia
Sim, Rachel, a vida deve ser vivida em sua plenitude. Grata por sua visita.
ResponderExcluirBeijos
Márcia
Leila, minha querida,
ResponderExcluiré assustador o que estamos vivendo em todo o mundo, e agora no Rio. É tudo muito triste e desolador. Um pecado o que o des(humano)ser está fazendo com nosso planeta.
Que bom que você existe para me dizer que ainda é possível guardar a beleza a partir da poesia!
Obrigada, do fundo do coração.
Beijos, carinho imenso
Márcia
O Outono ou qualquer outra estação. Será descrita por você Márcia com a mesma beleza divina pintadas nelas pelo criador. Um abraço desse velho gaúcho.
ResponderExcluirAntonio, obrigada por ter vindo e pelo carinho de suas palavras.
ResponderExcluirUm abraço
Márcia
Olá Márcia!
ResponderExcluirGostaria de ter esse domínio que vc tem da escrita,
tenho o sentimento e me falta, não sei bem o quê,
Obrigada por compartilhar conosco esse outono tão majestoso!
Ester ~
Ester, eu é que agradeço por tê-la aqui. Seu poema "Outono em Si" está muito bonito. Continue escrevendo o que seu coração pede. Coisas lindas irão surgir.
ResponderExcluirUm beijo
Márcia
Márcia querida, você vivendo um soneto ao outono, eu aqui vivendo a poesia na Primavera. o que estou deslumbrada com suas Flores.
ResponderExcluirVenho desejar a você um
FELIZ DIA DAS MÃES
Afetuosamente,
Efigênia Coutinho
Márcia, minha querida Poeta. Voc~e está de parabéns sempre. Amei sua poesia.
ResponderExcluirPassei por aqui e jafui entrando ,adorei ,passarei por aqui se me permitires
ResponderExcluirBj com muito carinho fique bem
Saozita, é um prazer recebê-la aqui. Venha sempre que quiser.
ResponderExcluirBeijo carinhoso
Márcia
Prezada Márcia,
ResponderExcluirTens um dom maravilhoso de fazer teus sonetos como se por trás houvesse, ou pudesse haver, uma música suave a embalá-los.
Penso até que eles têm. Tal é a magia que transmites a eles. Para mim, não sei porque, cada vez que leio um, não deixo de ouvir, como trilha de fundo, uma melodia que o embala e imprime-lhe um toque especial, arpejos feitos por algum querubim numa arpa imaginária.
O que me impressiona disto tudo é que este tipo de "ferramenta" não se encontra na internet. Está dentro de ti. No teu jeito de ser e sentir cada frase, cada rima, cada verso que escreves.
É isto o que sinto cada vez que ouso adentrar em teu Blog.
Que Deus te conserve assim.
Caminha
Caminha, você é uma pessoa extremamente sensível e espiritualizada. E são estas características que lhe permitem ir além das palavras e ouvir o som que embala cada soneto. Isto me comove demais, sabia?
ResponderExcluirObrigada por me presentear com palavras tão especiais e repletas de carinho!
Um abraço e fique com Deus!
Márcia